Departamento jurídico, quatro horas da tarde.
O dia corre como nunca, diretor estressado, reuniões a mil, advogados e assistentes quase loucos com tanto trabalho… E o sistema para. Simplesmente, para.
Liga pra TI. Liga pro suporte. Nada.
Depois de muitas ligações, esperas e desespero geral, vem a notícia: O sistema do jurídico entrou em conflito com o outro ERP da empresa, então tivemos que parar o jurídico, senão parava toda a empresa.
Situação tragicômica, se não pudesse acontecer em inúmeras empresas pelo país.
Contrata-se software como se contrata serviço de água, basta olhar se tem água e está bom.
Sempre afirmo e repito: A solução está na gestão. Sistemas e computadores somente fazem o que a inteligência humana diz para ser feito.
Sem gestão na implantação e nos processos internos o que temos é uma tecnologia cega.
Por óbvio, cada empresa tem situações únicas a serem analisadas, mas pelo menos 4 dicas podemos observar no momento de aquisição da tecnologia:
1. Alcance:
deve ser capaz de lidar com várias tecnologias. A maioria dos aplicativos modernos contém vários idiomas e sistemas que são ligados entre si de forma complexa.
2. Profundidade:
deve ser capaz de gerar mapas completos e detalhados da arquitetura do aplicativo, do Graphical User Interface (GUI), da ferramenta de captura, do processamento e da análise de imagem, do banco de dados. Sem essa detalhada arquitetura, seria impossível obter contextualização da aplicação.
3. Tornar o conhecimento de engenharia de software explícito:
deve ser capaz de verificar a aplicação inteira contra centenas de padrões de implementação que codificam as melhores práticas de engenharia.
4. Métricas acionáveis:
as métricas de qualidade não devem apenas informar, mas também orientar sobre como realizar a melhoria da qualidade do software, mostrando o que fazer primeiro, como fazê-lo, próximos passos etc.
Fonte: http://cio.com.br/tecnologia/2014/03/17/quatro-criterios-para-medir-a-qualidade-do-software/
Parece somente técnico, não é mesmo?
Vamos analisar no foco da gestão:
1. Alcance:
O sistema deve conversar, deve se comunicar com outros sistemas da empresa, senão o retrabalho, erros por lançamento e diversas outras possibilidades podem ocorrer.
2. Profundidade:
O sistema deve saber medir a ele mesmo, demonstrando a TI e consequentemente ao jurídico, se ele ocupa muito do servidor, se o banco de dados está estruturado para o crescimento, etc.
3. Tornar o conhecimento de engenharia de software explícito:
A TI deve dar suporte do sistema, conhecer o software, para que nem tudo dependa do fornecedor, a exemplo de criar um usuário, por exemplo.
4. Métricas acionáveis:
O sistema não pode ter apenas as métricas do próprio sistema. Ele deve ter indicadores e métricas da gestão interna, para espelhar e fornecer dados e informações adequadas a tomada de decisão.
Enfim,
Diante desta realidade, como anda o seu sistema?
E melhor ainda: Como anda a sua gestão?
É somente através dela que a mudança pode acontecer.
Pense Nisto
Sobre o autor:
Gustavo Rocha: Advogado Pós-Graduado em Direito Empresarial com mais de 10 anos de vivência no âmbito jurídico. Atuou como gerente de escritórios de advocacia por mais de 4 anos. Experiência nos estados do RS, SC, PR e SP. Presta exclusivamente consultoria nas áreas de gestão, tecnologia e qualidade para escritórios de advocacia, mantendo sua OAB atualizada como ferramenta de luta nos interesses da classe junto a OAB e Tribunais, através das comissões da OAB. Possui publicação em livro pela OAB/SC no livro OAB em Movimento, OAB editora, além de diversos artigos publicados em revistas e periódicos físicos e eletrônicos. Atua também como palestrante em diversos eventos nacionais e ministra treinamentos in company de gestão e tecnologia.
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e-mail: gustavo@gestao.adv.br