5 dicas para criar um ambiente que cultive a inovação


João Roncati
João Roncati
Diretor da People + Strategy

Muitas empresas, grandes e pequenas, caminham para e extinção. Algumas se dão conta e outras não. O que há em comum entre elas? A velocidade da obsolescência: que é enorme!

Desenvolver um produto e/ou serviço bem sucedido e parar por aí não é uma atitude aceitável para as empresas que desejam sobreviver, e até se destacar, no mercado pelos próximos anos. O que é novidade hoje torna-se ultrapassado em pouquíssimo tempo. O fato do tema “inovação” ocupar tanto espaço em textos, manchetes e das prioridades das empresas e seus CEOs, não é casual ou modismo.

A inovação é imprescindível para as companhias de todos os tamanhos, desenvolvida como cultura e com processos dedicados. E engana-se quem acredita que apenas grandes organizações, que possuem recursos para investir, podem ser inovadoras. Ter a mente aberta para o novo e para o diverso (até divergente!) é o principal ingrediente para se reinventar e realizar projetos arrojados – que nem sempre estão baseados em tecnologias totalmente inéditas pois em muitos casos, aprimorar algo que já existe ou recombinar elementos já conhecidos pode ser a grande sacada.

Por isso, compartilho dicas que são fundamentais para os que desejam cultivar a inovação nos negócios – independente do porte ou área de atuação – ou até mesmo ousar na carreira:

Mude a perspectiva: veja o mundo por outros ângulos

Pode parecer óbvio, mas é o principal erro cometido. Fala-se muito e pratica-se pouco e isso acontece porque acreditamos que inovação requer dinheiro e grandes laboratórios de pesquisa. Isto pode ser necessário, mas será excessivamente dispendioso se não criarmos um ambiente disruptivo por algo simples: evitar a convergência fácil de ideias e cultivar o “pensamento divergente”. Precisamos olhar as mesmas coisas de outra forma: comece vendo sua empresa pelos olhos dos clientes. Saia da defensiva e do lugar comum.

Tempo dedicado: nada muda sem esforço focado

Comece utilizando os recursos disponíveis e sob sua gestão: o seu tempo e do seu “capital humano” – sua equipe. Ofereça tempo e espaço para que as pessoas debatam, divirjam, tragam novas ideias. A criatividade precisa ser alimentada, ela não surge apenas do desejo, mas do cultivo. Reserve horários e salas para brainstorms e reuniões nas quais o propósito seja a troca de conhecimentos e a busca de soluções para problemas conhecidos e perenes. Instrua e peça a “divergência construtiva” : ela testa a consistência do que fazemos e permite novos ângulos. Abra espaço para o novo.

Processos: inovação requer novas competências que são locomotivas novas em trilhos antigos – processos não revistos

Você está olhando por outras perspectivas, cultivando o pensamento divergente e agora precisa mudar o “dia-a-dia”. De outro modo, a novas e possíveis boas ideias morrerão nas salas de brainstorming. Só será possível partir para a implementação, se você revisar e ajustar seus processos, senão, o novo será “reconformado” pelo velho e, adivinhe? Nada mudará! Mude o jeito e o “como” as coisas são feitas. Sem mudança de cultura e de processos a inovação sera menos que uma onda passageira. Abra novos trilhos e caminhos.

Ouça e Compartilhe: a solidão pode ser uma armadilha

Você está implementando soluções novas, mas na verdade, apenas debateu o desenho e o protótipo com você mesmo. O receio de perder uma boa ideia ou tê-la copiada, cria muitas vezes, um excessivo isolamento para seu protagonista ou para o líder de uma organização. Escolha pessoas em em quem confia e dê um jeito de testar o conceito com seus clientes: você testará a solidez e a viabilidade antes de lançar algo que parecia ótimo, e poderá representar um fracasso. Olhar por outros ângulos, significar também, com outros olhos.

Erre: não só é humano como é uma forma de chegar mais rápido ao sucesso

Não tenha medo das falhas, sempre que foram produzidas com esforço focado – busca de uma nova solução ou produto. Produzir algo novo é em geral fruto de uma séria de boas ideias que fracassaram e deram espaço para ideias ainda melhores. Por isto, quando o erro ou fracasso ocorre, será essencial aprender com rapidez e mudar a rota, somando a experiência. Daí a importância de compartilhar e estar aberto para ouvir: são aceleradores do aperfeiçoamento que levará a inovação.

Se perguntarmos para diferentes empreendedores inovadores como eles alcançaram o sucesso, certamente as trajetórias serão diferentes, mas muitos trilharam grande parte destes caminhos – mesmo que inconscientemente.

Sobre o Autor:

João Roncati é diretor da People + Strategy, consultoria de estratégia, planejamento e desenvolvimento humano.

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