Quando criança gostava que chovesse para tomar banho de chuva na rua e fazer de cachoeira as águas torrentes que desciam dos canos das lajes. Gostava do calor para tomar sorvete, gostava do frio para tomar café da tarde assistindo Sessão da Tarde com minha mãe e seus deliciosos bolinhos de chuva, também conhecidos por bolinhos de virar.
Não importava a previsão do tempo. Minha maior preocupação era a de por uma blusa antes de sair, principalmente se minha mãe mandasse colocar. Acho que toda mãe tem uma bola de cristal escondida, é impressionante a assertividade em relação ao tempo.
Mas, o que aconteceu com nossa capacidade de gostar da vida?
Parece que os pessimistas, reclamões, estão se proliferando de maneira epidêmica. Se chover, porque chove. Se fizer frio, porque faz frio. Se fizer calor, porque faz calor. Se tiver emprego, reclama. Se não tiver, lamenta. E se for segunda-feira então, meu Deus!
O nível de robotização, descontentamento ou carência do ser humano tem feito das redes sociais, em especial o facebook, verdadeiros divãs e muros das lamentações.
Lembro-me da música de Lulu Santos, “Toda Forma de Amor”, em especial do trecho: “Eu não pedi pra nascer, eu não nasci pra perder, nem vou sobrar de vítima das circunstâncias” e me pergunto por que essas pessoas não trocam de canal? Onde foi parar o direito de escolha por uma vida cheia de banhos de chuva, sorvetes e diversões?
É preciso observar a metade cheia do copo. Andar mais descalços, lambuzar-se, amarrar a blusa na cintura, contar piadas, e rir delas também, enfim, é preciso viver.
Afinal, como diz o poeta, “Você é bem como eu, conhece o que é ser assim, só que dessa história ninguém sabe o fim… a gente vai à luta e a gente se dá bem”.
Portanto, antes de lançar seu próximo desabafo ou reclamação, pense como ficará sua imagem depois disso. Se você conhecer alguém que goste de ouvir somente lamentações e estar perto de pessoas negativas, por favor, avise-me. Sou capaz de encabeçar um manifesto para render a ela, uma homenagem perpétua em praça pública.
Você tem todo direito em deixar a vida te levar. Mas, não reclame se mais tarde, perceber que foi levado para onde não queria ter ido.
Sobre o Autor:
Maurício Seriacopi é palestrante, escritor, coach, gestor e consultor empresarial com mais de trinta anos de experiência nas áreas comercial e gestão de pessoas liderando equipes multiprofissionais em empresas de todos os portes. Autor do livro “Pensamentos. Criando novas ideias, inovando e aplicando à vida” e diversos artigos sobre gestão de pessoas, empreendedorismo, motivação, educação financeira, entre outros. Criador do PCM – Programa de Concretização de Metas e da Pirâmide da Reflexão.
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