Early adopters são grandes aliados nos processos de inovação. Veja como eles alavancam um produto novo e aceleram mudanças de comportamento
No livro Difusão de Inovações, Everett Rogers lançou o termo early adopters para descrever os primeiros adeptos das inovações tecnológicas.
O early adopter é aquela pessoa que fica na fila, paga mais caro, suporta qualquer coisa, menos não possuir o último lançamento de algum produto inovador assim que ele estiver no mercado (de preferência até antes).
Mas não é apenas a tribo dos aficionados por tecnologia que possui early adopters. O mundo da moda, (oops, mundo fashion) ou o mundo das artes também possuem pioneiros na adoção de tendências, e o mesmo se pode dizer sobre a frequência em restaurantes e casa noturnas.
Indo além, também se observam early adopters quando se fala da adoção de novos comportamentos, tanto no que tange a hobbies e hábitos pessoais quanto no universo corporativo.
Se você está prestes a lançar um novo produto, propor uma inovação ou é agente de mudanças em sua empresa, veja como o conhecimento do perfil dos early adopters pode ajudá-lo.
1. Early adopters são a elite
E se não forem, gostam de se perceber como tal. Por exemplo, os aficionados por moda deixam de usar certas tendências quando percebem que elas já foram adotadas por todos.
Tamar Weiberg, especialista em marketing pela internet, alerta que não se deve fazer marketing de massa quando nosso foco são os early adopters, já que eles tendem a comprar (ou adotar) apenas o que percebem como exclusivos.
Nessa linha de raciocínio, se uma empresa quer atrair early adopters para uma causa que envolva mudança comportamental, um novo ambiente digital ou novo procedimento, pode propor reuniões e formas de reconhecimento exclusivas para eles.
2. Early adopters têm grande grau de influência
Há controvérsias sobre a possibilidade de os early adopters se tornarem evangelistas (não se assuste com o termo, evangelistas tecnológicos são aqueles que se empenham em convencer os demais a adotar uma tecnologia ou plataforma tecnológica).
Pela própria característica elitista, early adopters não procuram ser imitados, ou quando o são, já estão envolvidos em outras novidades.
Entretanto, conforme aponta o tecnólogo indiano Adytia Kulkarni, outras pessoas gostam de se espelhar no comportamento dos early adopters, porque são justamente eles que ditam as novas tendências, já que seu aval acaba sendo uma referência
Além do mais, seres humanos são multifacetados, e early adopters que possuam algo de evangelistas também podem ser encontrados.
3. Apresente a inovação de maneira inovadora
Os early adopters são curiosos, amam o novo, o diferente.
Pense em lugares incomuns para que eles descubram o seu produto ou para divulgar uma mudança de comportamento.
Eventos são importantes para eles estarem entre si. Tamar Weiberg aconselha lançamentos em eventos esportivos, boates, seminários educativos, festas, retiros ou outros ainda mais criativos.
São oportunidades para aumentar a conexão das pessoas com o sentimento que seu produto ou ideia quer transmitir.
4. Seja correto
Foque na integridade, qualidade e credibilidade do produto ou ideia. Seja honesto. No caso de um produto, você pode convocá-los a participar dos testes.
No caso de uma ideia, conceito ou procedimento, expresse suas dúvidas e anseios, eles adorarão ajudar.
E nunca, jamais venda gato por lebre: os early adopters não são fáceis de enganar e podem ficar contra seu produto ou proposta. Numa empresa, há ainda o risco de perder a confiança deles para sempre.
Evidentemente, não da para focar uma estratégia apenas nos early adopters. Mas já que eles serão os primeiros mesmo, porque não começar com eles?
Sobre a autora:
Gisela Kassoy é especialista em Criatividade e Inovação, facilita grupos de geração e avaliação de ideias, realiza seminários e palestras e dá consultoria para programas de ideias e adoção de ambientes virtuais. Realizou trabalhos em quase todo o país e nos EUA, Europa e América Latina. Graduada em Comunicações pela FAAP/SP, fez sua formação específica na Universidade de Nova York em Buffalo, no Centro de Liderança Criativa da Carolina do Norte e na Escola de Gerentes do MIT. É Psicodramatista com Formações em Dinâmica de Grupos, Grupos Operativos e Design Thinking.
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e-mail: gisela@giselakassoy.com.br