O Negligenciado Poder da Influência

Gisela Kassoy
Gisela Kassoy

Influenciar as pessoas certas sempre foi um grande desafio. Quando o assunto é inovação não é diferente

Formadores de opinião, netweavers, evangelistas: quem são essas pessoas?

De Eva a Rasputin, a história da humanidade sempre contou com pessoas que, mesmo sem poderes formais, tinham a capacidade de influenciar decisões alheias.

Num mundo mais democrático, essas figuras tornam-se mais importantes, já que o hard power  (força física, dinheiro e capacidade de coerção) precisa dar espaço ao soft power (atratividade, capacidade de influenciar e agregar pessoas).

Pela sua própria característica, o mundo web deu espaço a esses personagens. Hoje os netweavers (articuladores de redes sociais) e evangelistas tecnológicos (especialistas em convencer as massas a adotar uma determinada tecnologia ou plataforma tecnológica) são frutos de estudos, como os da Escola de Redes.

O mercado de trabalho está em busca desses influenciadores, e as plataformas tecnológicas criam incessantemente formas de transformar qualquer pessoa num evangelista relâmpago, como acontece no caso dos famosos “curtir” do Facebook.

Fora do mundo web as pessoas se preocupam cada vez mais com sua aparência, poder de oratória e demais atributos que as tornarão capazes de influenciar pessoas.

E o mundo corporativo? Treinamentos de liderança, negociação e vários outros que envolvem habilidades comportamentais aprimoram o poder de influência das pessoas.

Também não se pode negar que, indiretamente, essa habilidade pode também gerar promoções e aumento de salários.

Mas será que as empresas não poderiam desenvolver e aproveitar mais esse poder de influência de seus colaboradores?

As atividades que realizo para a adoção de ambientes digitais corporativos me permitiu conhecer e aplicar algumas táticas para incentivar a articulação de ideias e ações.

Vamos a elas:

Descubra formadores de opinião espontâneos

Algumas pessoas simplesmente possuem essa característica. Quando estimuladas, envolvem seus colegas com naturalidade.

Bons líderes detectam rapidamente seus formadores de opinião e contam com o trabalho deles. Infelizmente, como o trabalho desses personagens não consta do organograma formal, há uma tendência a negligencia-los.

Motivação

Formadores de opinião gostam de causas. O ponto de partida de todo evangelista é ter uma grande missão pela frente, um projeto pelo qual valha a pena lutar.

Uma causa assim pode envolver questões ligadas à sustentabilidade e/ou a produtos ou serviços que beneficiam as pessoas

O amor à causa é um ponto muito importante da motivação dos evangelistas. Não importa quão boa seja uma causa, se o evangelista não está profundamente engajado não vai batalhar por ela.

Facilite as coisas

Crie eventos informais para que as pessoas possam defender e difundir suas causas.

Conversas são muito importantes para vender ideias e, podem acontecer em happy hours, intervalos para café ou até mesmo almoços estratégicos.

Se estamos falando da adoção de uma plataforma tecnológica, por exemplo, crie oportunidades para que as pessoas possam opinar, aprovar ou comentar uma ideia inicial.  Gere também sistemas de alerta para que pessoas envolvidas com determinados projetos saibam imediatamente que há algo interessante para elas no ambiente digital.

Acima de tudo, crie um clima propício para que os evangelistas sigam em frente e para que a proposta ganhe a atenção das pessoas certas.

Crie recompensas

Uma recompensa pode ser algo simbólico, mas mostra sempre que essas pessoas são valorizadas pela empresa.

Formadores de opinião normalmente se mobilizam pelo contato social e por missões relevantes. Entretanto o reconhecimento que gera reputação (menções especiais) ou sob a presentes concretos, demonstra o quanto a empresa valoriza o trabalho deles. É nessa hora que o poder de influência deixa de ser invisível.

E não se esqueça de proporcionar treinamentos específicos para os influenciadores:  além de agradá-los, V. estará maximizando o potencial deles.

Seja transparente

O trabalho de um netweaver pode ser árduo e trazer resultados abaixo do esperado. Se ele souber disso desde o começo, perceberá as dificuldades como desafios e não se deixará abater.

Crie expectativas realistas, tanto sobre as dificuldades como sobre os resultados. Tentar iludir um formador de opinião não é apenas difícil, é contraproducente.

Não se esqueça que um evangelista pode abandonar uma causa, mas nunca perderá seu poder de influência.  Dada a sua habilidade, ele terá sucesso ao lutar contra um projeto ou seus idealizadores.

Invista nos netweavers de sua empresa:  um mundo não autocrático valorizará cada vez mais pessoas que não lideram, mas influenciam, e que não manipulam, mas seduzem.

Sobre a autora:

Gisela Kassoy é especialista em Criatividade e Inovação, facilita grupos de geração e avaliação de ideias, realiza seminários e palestras e dá consultoria para programas de ideias e adoção de ambientes virtuais. Realizou trabalhos em quase todo o país e nos EUA, Europa e América Latina. Graduada em Comunicações pela FAAP/SP, fez sua formação específica na Universidade de Nova York em Buffalo, no Centro de Liderança Criativa da Carolina do Norte e na Escola de Gerentes do MIT. É Psicodramatista com Formações em Dinâmica de Grupos, Grupos Operativos e Design Thinking.

site: www.giselakassoy.com.br

e-mail: gisela@giselakassoy.com.br

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