A frase de Sócrates – Só sei que nada sei, nunca foi tão atual e necessária.
Em tempos em que todos querem dizer que sabem mais do que os outros, que são detentores de conhecimentos absolutos, em que conhecimento é obrigação, reconhecer que a especialização de outros e sua consequente contratação é necessária, é a evolução da frase do filósofo ateniense.
Nesta linha de raciocínio, estão os departamentos jurídicos modernos.
Antes, apenas preocupados em centralizar processos e ter sucesso em demandas.
Hoje, focados nos resultados das empresas, em conhecer melhor o mercado e não apenas o judiciário, em ter profissionais que labutam ao seu lado e não apenas escritórios contratados para resolverem demandas jurídicas.
É… A advocacia corporativa mudou.
E não apenas no Brasil. Exemplo disto foi a faculdade de direito de Nova York, onde foi criado um departamento exclusivo de advocacia corporativa (aliás, algo fundamental por aqui, já reproduzido em cursos, comissões da OAB, entre outros) que se preocupou em estudar os meandros desta especialização jurídica.
Entre os trabalhos desenvolvidos, estão o estudo em contratar escritórios de advocacia, compliance, além do próprio jurídico interno.
Vejamos trecho de uma notícia sobre o tema:
A Faculdade de Direito de Nova York criou um instituto que se dedicará exclusivamente a discutir as atividades dos “advogados corporativos” (corporate counsel) — ou assessores jurídicos de corporações. É o The Institute for In-House Counsel. Um dos tópicos da conferência inaugural do instituto, de acordo com o site Corporate Counsel, foi o relacionamento das assessorias jurídicas das empresas com os “advogados externos”.
“Os assessores jurídicos devem saber que não sabem tudo e buscar ajuda externa, para o bem da empresa”, disse o diretor jurídico da Zucker Organization e Manhattan Skyline Management Group, Joseph Giamboi.
(…)
DeScherer disse que, para construir uma boa equipe jurídica nessa era de mudanças e inovações, é preciso saber contratar advogados. A Bloomberg contrata advogados por sua inteligência, trabalho duro, capacidade de gerenciar, por sua paixão pelas atividades da empresa e, principalmente, por sua capacidade de trabalhar em equipe.
Para ele, uma das obrigações mais importantes do departamento jurídico é avaliar o tamanho certo de sua equipe e as especializações que devem estar disponíveis internamente. “A equipe jurídica deve ser ágil, a contratação de ajuda externa deve ser criteriosa para manter os custos baixos e os problemas precisam ser antecipados”, disse.
Entre os problemas cotidianos de departamentos jurídicos de empresas, segundo disseram os palestrantes a assessores jurídicos, advogados e estudantes de Direito, estão as questões relacionadas a compliance.
DeScherer, que é uma autoridade em compliance, disse que o trabalho de assessores jurídicos, advogados corporativos e profissionais de compliance nunca foi tão importante. “Todos devem ficar atentos para o fato de que os reguladores estão concentrando seu foco na correção, transparência e compliance dos mercados financeiros”, afirmou.
O palestrante informou aos participantes do evento que o departamento jurídico da Bloomberg também investiu alto, nos últimos três anos, na prática de propriedade intelectual, permanecendo sempre em dia com as alterações significativas na lei de patentes nos EUA.
“Além disso, investimos muito na prática de regulamentação de valores mobiliários, porque ocorreram mudanças significativas na legislação dos EUA e na da Europa, que mudaram o panorama regulatório nessas regiões”, afirmou.
(…)
Leia na íntegra a reportagem: http://www.conjur.
com.br/2014-abr-13/advogados- admitem-nao-saber-tudo-sao- melhores-departamentos- juridicos2
Podemos perceber com clareza que estes três temas (escritórios terceiros, compliance e o próprio departamento jurídico) são essenciais, não é mesmo?
Como ter melhores resultados para a sua empresa sem parceiros de calibre e focados no seu negócios?
Como crescer sem regras, especializações e normativas?
Como ser estratégico para a empresa sem a tecnologia e gestão interna?
Não há como.
Os departamentos precisam focar em si mesmos, potencializar sua gestão interna e externa, usar e abusar da tecnologia como diferencial estratégico, estabelecer manuais e regras claras para tudo que acontece na empresa e no próprio departamento e buscar no mercado profissionais especializados e que tenham foco em sua empresa, e não apenas em o departamento ser mais um cliente no seu portifólio.
Ufa!
Só sei que nada sei… E quanto mais sei, mais percebo que ainda resta saber…
#Mãosaobra!
#Foco#Força#Resultado
Sobre o autor:
Gustavo Rocha: Advogado Pós-Graduado em Direito Empresarial com mais de 10 anos de vivência no âmbito jurídico. Atuou como gerente de escritórios de advocacia por mais de 4 anos. Experiência nos estados do RS, SC, PR e SP. Presta exclusivamente consultoria nas áreas de gestão, tecnologia e qualidade para escritórios de advocacia, mantendo sua OAB atualizada como ferramenta de luta nos interesses da classe junto a OAB e Tribunais, através das comissões da OAB. Possui publicação em livro pela OAB/SC no livro OAB em Movimento, OAB editora, além de diversos artigos publicados em revistas e periódicos físicos e eletrônicos. Atua também como palestrante em diversos eventos nacionais e ministra treinamentos in company de gestão e tecnologia.
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