O termo integral significa inteiro, completo e considera a condição humana na sua excelência: a integridade. O sentido de ser integral abrange também o significado de ser íntegro e sugere trabalhar o indivíduo na sua totalidade. Mas, a velocidade e a sofisticação das demandas aliadas ao apelo de sobrevivência, a passos largos, impõem a muitos o distanciamento não apenas da sua maior virtude humana, mas também do direito de ser completo.
E essa tendência não é privilegio apenas das ocorrências pessoais. É fácil perceber que a grande maioria dos problemas relacionados às bases da liderança nas organizações é consequência da miopia quanto à complexidade das relações humanas. A despeito de todo o conhecimento teórico, a dificuldade de compreender a natureza do que se revela como subjetivo torna os líderes reféns da sua própria incapacidade.
As disposições de uma liderança exclusivamente tática e autocentrada podem até prover soluções para demandas de algumas pessoas durante certo tempo, mas não há como uma única abordagem pautada no rigor matemático considerar o intangível como possibilidade e abranger todos os tipos de pessoas na consideração dos seus valores, crenças, anseios e necessidades em todos os momentos.
O propósito da liderança integral convoca o líder a exercer a autoliderança e, através da consciência de si mesmo, fazer a gestão das suas próprias questões antes de pretender liderar pessoas no intuito de identificar suas dificuldades, superá-las e então, inteiro, construir-se como modelo de referência para aqueles a quem lidera, pois para liderar, além de ensinar, é preciso ser.
A partir daí, convicto da relevância da inteireza do outro, dispor-se a lidar com suas necessidades e expectativas e, com o domínio das diretrizes do negócio, ser capaz de influenciar e aprender ao mesmo tempo, dedicando-se ao desafio maior de desenvolver pessoas no compromisso de defender uma visão de futuro que preze o sentido de ser íntegro na condição de ser integral.