Seja na mídia, no seu trabalho, ao seu redor, em todos os lugares, nunca tivemos tantas mulheres em posições e lugares de destaque e evidência. Nossa época é um marco na história feminina, afinal, pela primeira vez as mulheres não são criadas apenas para se casar e serem mães. Esse tempo, felizmente, já passou.
Mas o que faz uma mulher ser considerada líder no que faz? Se por um lado já tivemos aquele estereótipo da mulher de avental e bobes no cabelo que aguardava o marido com bolo no forno e jantar na mesa, hoje temos muitas vezes o outro extremo, mulheres exageradamente autoritárias, que resolvem seus conflitos no grito, que batem na mesa e que se vestem como homens; fato excessivamente reforçado pela nossa cultura pop.
Não se pode negar que ainda se espera de uma mulher um comportamento mais brando, conciliador e participativo. Quando um homem assume um comportamento mais agressivo em sua equipe, para muitos é considerado normal, como parte de sua personalidade, da essência masculina. A mulher, que deveria ser mais sentimental e carismática, causa estranhamento quando assume uma “postura inesperada”. Mas como funciona a liderança entre homens e mulheres? Será que somos mesmo tão diferentes?
Estados emocionais são incontroláveis e não mudam. O que muda é a forma com que isso se externa. E é aí que mora a diferença.
Nós, mulheres, lidamos com emoções de forma bem diferente. Temos uma preocupação maior em harmonizar e acolher pessoas e ambientes pela sensibilidade. Percebemos logo que existe algo estranho no ar. Talvez por necessidade de tomar decisões seguras, também ouvimos mais, como se precisássemos de uma segunda opinião ou até de uma mentoria. E nossa vida e corpo, que vivem em constante mudança (menstruação, gestação, menopausa), nos faz mais adaptáveis às mudanças, e isso é fantástico!
Digo fantástico, pois depois de vivermos uma era onde tudo era medido por resultados e números, hoje podemos dizer que as bases mudaram e o relacionamento e as pessoas ganharam impulso para atingir resultado – terreno que conhecemos muito bem. Culturalmente cuidamos da boneca, do irmão mais novo, da amiga, dos filhos, e assim, entendemos de gente e desenvolvemos bem as pessoas.
Mas nem tudo são flores. Por mais que nossa realidade seja melhor do que a de nossas mães e avós, ainda temos muito que caminhar. O primeiro passo é desmistificar a mulher que precisa agir como homem para ser respeitada ou ter autoridade. Felizmente, cada vez mais o olhar feminino dá o tom nas organizações. Outro caminho pode ser a democratização das tarefas do cotidiano. Homens, maridos e filhos podem arrumar a casa e lavar roupas, ao passo que mulheres podem lavar carros e trocar a lâmpada.
Papéis híbridos garantem lares mais equilibrados e lideranças mais conscientes. E você, que tal começar a pensar sobre as lideranças em seu lar?
Sobre a autora:
Juliana Albanez é Personal & Professional Coach, palestrante e jornalista. Especialista em Comportamento, Liderança Feminina, Gestão Pública e Comunicação, Juliana já levou suas palestras, treinamentos e sessões de coaching para milhares de pessoas no Brasil inteiro. Suas apresentações já lhe renderam os mais positivos feedbacks, principalmente de pessoas que deram a volta por cima em suas vidas e carreiras, graças aos seus conceitos e ensinamentos.