Inteligência Emocional Laboral

Bayard Galvão
Bayard Galvão

As empresas se movimentam com dois objetivos: aumento de ganhos e diminuição de custos, e o que gera eficiência em ambos são as pessoas.

Para os funcionários gerarem resultados nestes dois pontos, há nove instrumentos necessários, sendo que para cada um deles há virtudes envolvidas (conhecimentos ou capacidades que façam os instrumentos funcionarem), respectivamente. São eles:

(1) Concentração: que é direcionar a atividade psíquica para um foco em particular, no caso, profissional.

Virtudes: suportar bem os outros problemas da vida, que não relacionados ao trabalho; saber descansar, até para produzir melhor; saber se concentrar quando precisar; saber resolver um problema de cada vez, pois tentar todos de uma vez só é pouco eficiente; saber lidar com pressão, sem se perder; e aprender a administrar estresse.

(2) Dedicação: foco sem dedicação é como um carro viajando a 1 km/hora, tende a chegar no destino previamente traçado, mas talvez, ao chegar lá, já não mais seja importante.

Virtudes: muito ganho com pouco esforço é raro, todos querem e poucos conseguem, tolerar bem isso é fundamental; entender a empresa como fonte de renda é o que sustenta o profissional, voltar-se contra ela ou não se dedicar a ela, é não se dedicar ao próprio crescimento profissional e financeiro. Questionar a própria atividade na empresa é normal, mas se não se esforçar, a probabilidade de crescimento cai drasticamente e a de demissão aumenta.

(3) Saber se relacionar: poucas pessoas sabem gerar vínculos saudáveis nos seus trabalhos, ocasionando desavenças desnecessárias, que por sua vez, diminuem o ganho da empresa, assim como um provável aumento de custo da empresa, como em processos trabalhistas.

Virtudes: aprender a se colocar no lugar do outro; saber falar sem ofender; ser firme e leve; boa oratória; conhecer maneiras de motivar as pessoas e a si; tolerar as falhas pouco importantes e saber orientar nas fundamentais; saber ouvir; aprender com os outros; saber contrariar de maneira leve; conhecer a arte de dar feedback; e saber se vender eticamente.

(4) Conduzir pessoas: liderar é conduzir pessoas para um fim. Líderes que conhecem pouco a mente humana serão pouco eficientes.

Virtudes: conhecer aspectos mais basais de como as pessoas funcionam; impor da maneira mais leve possível o que precisa ser feito; aprender a motivar tanto pelo prazer quanto pelo medo, dentro do razoável; e entender os limites de cada um, propondo objetivos e expectativas realistas para aquela pessoa.

(5) Inovação: acredito que todas as ligações telefônicas ocorrerão pela internet, em breve. As empresas de telefonia que não estiverem prontas para lidar com isso, tendem à falir. Inovar é dar origem a um novo produto e/ou novas estratégias.

Virtudes: estar atento às necessidades presentes e futuras do mercado ao qual pertence, dentro do ponderável; conhecer as diferentes tecnologias e atualizações da própria área; observar quais produtos tendem a morrer; e conhecer possíveis áreas associadas à própria área, embora não sendo dela, como um vendedor conhecer regras básicas de propaganda e tecnologias virtuais da mesma.

(6) Saber o assunto de base da própria atividade: fazer uma boa faculdade, pós-graduação e saber uma segunda língua é fundamental. Contudo, costuma ser insuficiente nos dias de hoje, que produzem conhecimentos muito mais rapidamente do que em outras épocas, exigindo atualização constantemente.

Virtudes: estudar constantemente pensadores e descobertas modernas da própria área, de fontes que tenham propriedade sobre o assunto.

(7) “Timing”: o que vende pouco hoje, pode vender mais em breve, como artigos de cozinha mais caros, por exemplo, pois antes era comum empregadas domésticas cozinharem e as pessoas saírem mais para comer fora. Hoje, devido à crise e outras variáveis, as próprias donas e donos de casa estão cozinhando, investindo mais nestes tipos de utensílios domésticos.

Virtudes: a melhor ideia do mundo, no timing errado, será completamente infértil. Houve uma época em que era considerado bobo ter um posto de gasolina com loja de conveniências. Hoje, o posto que não tiver, está em desvantagem.

(8) Saber pensar na relação custo/benefício, vantagem/desvantagem, risco/ benefício, e esforço/possível ganho, a curto, médio e longo prazo: a maioria das pessoas é imediatista e pouco se prepara ou planeja para os caminhos da vida, tanto profissionais quanto pessoais.

Virtudes: é natural do ser humano ser imediatista, o que é uma perigosa postura para a vida profissional e pessoal.

(9) assumir riscos com ponderação e preparação: não há garantias sobre o futuro. Aguardar a certeza do sucesso leva ao “não fazer nada”.

Virtudes: fazer o melhor, estando preparado para o pior. Esta é a postura ideal, embora rara.

O quanto cada indivíduo for eficiente nestes pontos e respectivas virtudes, configurará o nível de Inteligência Emocional Laboral (IEL – conceito desenvolvido por mim). A IEL é resultante do movimento do quanto o funcionário ou empresário faz uso dos nove pontos acima mencionados.

A Inteligência Emocional Laboral é uma necessidade para qualquer pessoa, exigindo constante treinamento-crescimento, nisso se fundamenta treinamentos e palestras que ministro. Regras simples com pouco esforço é o que vende, posturas complexas com esforço é o real, pouco comprado, mas sempre verdadeiro.

Sobre o Autor:

Bayard Galvão é Psicólogo clínico, Hipnoterapeuta e Palestrante. Especialista em Psicoterapia Breve, Hipnoterapia e Psiconcologia, Bayard é autor de cinco livros e criador do conceito de Hipnoterapia Educativa. Ministra palestras, treinamentos e atendimentos individuais utilizando esses conceitos.

Site: www.hipnoterapia.com.br

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