Roda de Conversa da People+Strategy reúne VP da LATAM Airlines e Diretora de RH da AstraZeneca para discutir a importância da Cultura organizacional

João Roncati
Diretor da People+Strategy

São Paulo, 01º de junho de 2016 – A cultura é determinante no sucesso de uma organização? Esse foi o tema da “Roda de Conversa” realizada no dia 31 de maio, em São Paulo. O evento contou com a participação de Vanessa Cordaro, diretora de RH da AstraZeneca Brasil; e Cibele Castro, VP da LATAM Airlines. A mediação ficou por conta de Stela Campos, editora de Carreira do Valor Econômico e de João Roncati, diretor da People+Strategy.

Apresentações

A abertura do bate-papo começou com a apresentação inicial de Cibele Castro. Responsável pelo RH da LATAM Airlines, a executiva contou que passou por uma fusão da Lan (Chile) e TAM (Brasil) em 2011 e que juntou quase 50 mil funcionários. Por conta disso, a empresa fez em 2014 o lançamento de uma Cultura única que está em fase de execução. “Cultura são padrões de comportamentos que são encorajados ou desencorajados por pessoas e sistemas. É gerada por mensagens não verbais recebidas pelos comportamentos que são valorizados”, comentou a profissional.

Após a unificação das marcas, a LATAM Airlines optou por uma Cultura que coloca o cliente como centro das decisões. “Cuidamos para que os sonhos cheguem ao seu destino.” Entre as ações, foram realizados 38 focus groups em todos os níveis e regiões do país, além de trabalhos de desafios para a liderança. Redesenharam também programas de reconhecimento nos quais os líderes indicam periodicamente quais são os destaques das suas equipes.

Cibele Castro da LATAM Airlines, Stela Campos do Valor Econômico e
Vanessa Cordaro da AstraZeneca

Vanessa Cordaro, diretora de RH da AstraZeneca, iniciou sua apresentação com um fato curioso: a profissional está há 16 anos na empresa, mas trabalhou 15 anos no setor jurídico da empresa antes de mudar para a área de Recursos Humanos. A empresa possui mil funcionários no Brasil e está entre as 10 maiores farmacêuticas do mundo. Vanessa conta que com a chegada do novo CEO, em 2012, a AstraZeneca mudou seu foco de “vendas de farmácia” para oncologia, cardiologia e produtos para diabéticos. Foram lançados, também, novos valores para a organização: liderança científica, paciente em 1º lugar, empreendedorismo, ‘fazer a coisa certa’ e ‘jogar para ganhar’.

Houve uma tentativa de compra da empresa por uma gigante do setor em 2014, que impactou muito nas pessoas. Foi constatada a necessidade de mudança, mas o principal desafio era descobrir o que mudar, já que a empresa apresentava crescimento constante e sempre recebia o título de “Great Place to Work”.

Foi realizado um trabalho de aproximação com o cliente, para entender como ele se sente e do que precisa. Com isso, conseguiram iniciar uma mudança mais efetiva na empresa. “A Cultura precisa fazer parte do modelo de negócios da organização, para conseguir engajar as pessoas”, comenta a profissional.

Rodada de Perguntas

Na rodada de perguntas, foram discutidos assuntos como o perfil dos colaboradores da empresa, a recente troca de CEOs das duas companhias e o papel dos líderes na mudança cultural.

Cibele Castro comentou que a LATAM possui um quadro bem diversificado de profissionais: enquanto a Geração X está na operação, colaboradores mais novos são responsáveis pelo trabalho nos aeroportos e call centers. Nas aeronaves, já existe uma mistura maior de gerações, o que possibilita uma maior troca de experiências, mas também traz desafios. Já a AstraZeneca conta com funcionários na faixa dos 35 a 50 anos, com apenas dois profissionais com menos de 25 anos. “A mudança é desafiadora, pois é muito difícil mudar o mindset de funcionários que trabalharam sempre de uma determinada maneira”.

Já Vanessa Cordaro comentou que os líderes têm papel fundamental durante a mudança, que eles precisam entender o que ela significa e serem protagonistas. E Cibele destaca a importância da Comunicação direta entre os líderes e suas equipes.

Sobre mudanças e tecnologias, as duas profissionais concordam que as mudanças organizacionais estão cada vez mais rápidas, precisando de ajustes constantes de rota. Vanessa destacou que os brasileiros são muito valorizados por conseguirem se adaptar mais facilmente à mudança do que os estrangeiros. A tecnologia também exerce um papel importante nesse quadro. Os mais jovens ficam felizes com as novas formas de colaboração e com as inovações digitais, mas ainda existe resistência das gerações mais velhas.

Estiveram presentes mais de 40 profissionais de RH de grandes companhias que fizeram perguntas, falaram das suas ansiedades e angústias e trocaram ideias. Ao final, todos puderam saber um pouco mais sobre a Cultura das duas empresas e os desafios que cada uma enfrenta. Segundo a P+S, no segundo semestre deste ano ainda ocorrerá mais uma Roda de Conversa sobre temas ainda não definidos.

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