Brasil, um país jovem: esse foi o nosso lema até os anos 80, quando 52% das pessoas tinha menos de 20 anos. Agora, as projeções populacionais estimam que dentro de 10 anos o Brasil atingirá a sexta maior população de idosos do mundo. A rapidez com que esta mudança ocorreu ainda não parece convencer as pessoas da veracidade destes fatos.
Mas como é que mudamos de status tão rápido?!
Os responsáveis por estas mudanças foram vários fatores. Inicialmente, o país teve um crescimento no índice de fecundidade, especialmente nas décadas de 50 e 60, quando, para ajudar, o índice de mortalidade sofreu uma queda significativa.
Além disso, com os avanços científicos e tecnológicos, a adoção de modos de vida mais saudáveis e melhores condições de higiene, tivemos um aumento de expectativa de vida e redução de mortalidade de idosos.
Estes aspectos mudaram e continuam modificando o desenho de nossa pirâmide, de nossas famílias e de nossa estrutura social. Um aumento na expectativa de vida faz com que as pessoas precisem permanecer mais tempo no Mercado de Trabalho, pois elas precisam de recursos financeiros para viver!
E nossas empresas, será que se deram conta disto?
Não podemos ser injustos: alguns casos já aparecem na mídia. A empresa X contrata um Estagiário Sênior, talvez dois! A empresa Y tem alguns idosos em funções operacionais.
São casos pioneiros, porém, frente ao nosso universo de empresas, são poucos. Frente ao problema que desponta, são ínfimos. Portanto, temos que insistir, cobrar, bater na mesma tecla quantas vezes for necessário: empresas, abram suas portas à diversidade!
Vamos contratar pessoas sem preconceitos, por sua capacidade e não por sua aparência, idade, ou qualquer outro critério que não seja a competência! E não vamos esperar que as cotas nos obriguem a isso!
Comentários:
Em breve seremos a sexta maior população de idosos do mundo e nossas empresas ainda insistem em contratar pessoas baseadas em critérios de idade ou outros que não estejam relacionados com competências profissionais. Será que isso só irá mudar se o Governo instituir cotas mínimas relacionadas à idade? Será que no Brasil as coisas só funcionam “na marra”?
Sobre a Autora:
Fran Winandy é Psicóloga com MBA em RH e Mestrado em Gestão Humana e Social nas Organizações. Com 30 anos de experiência na área de RH, é sócia de Consultoria, professora de Pós Graduação e especialista no tema Diversidade Etária.