MERCADO DE TRABALHO IMORAL

Júlio Correia Neto

Muitos profissionais competentes, responsáveis, engajados e talentosos sendo perseguidos dentro de organizações, fato este muito percebido em áreas administrativas, mas não exclusivas a estas. Geralmente, são lembrados quando o circo pega fogo, pois sabem resolver, mas são esquecidos, quando os bônus são distribuídos para os ‘incompetentes’, que são vistos como ‘os caras’. São literalmente usados para dar soluções e fazer acontecer, entregando de mão beijada o mérito dos resultados às sanguessugas de plantão. Por serem aguerridos, vibrantes e questionadores constantemente são taxados de loucos, sem temperança, sem inteligência emocional. Grande inversão de valores brindando a ineficiência e o comodismo que se alastra vergonhosamente por muitas e muitas empresas, Brasil a fora. Pessoas adoecendo, recorrendo a tratamentos com terapia e psiquiatria, por conta dos vários transtornos adquiridos. Os bons profissionais ficam literalmente ‘de mãos atadas’, tem sido demitidos como nunca antes, enquanto os fracos e bajuladores permanecem na ativa (não são todos é claro). Está cada vez mais difícil você se engajar para melhorar um processo e ver gente que vive escorada na preguiça e no comodismo com chefes medíocres, que ficam na zona de conforto e não observam nada a não ser queimar os que não atendem seus interesses pessoais. Chefes amadores que de certa forma, acabam sabotando a empresa. Um ponto importante é estar alinhado com a cultura da empresa. Por mais competentes que possamos ser, a cultura organizacional tem um papel crucial no nosso progresso ou fracasso dentro das mesmas. Saber ler e interpretar essa cultura é fundamental e, sendo mais incisivo, fator de sobrevivência. Se sentirmos que não temos esse alinhamento, seja pela razão que for, devemos iniciar a busca por outro lugar onde a ética e a meritocracia se sobreponham. Quem tem alguma noção de Ciência Política e Filosofia a de concordar que a teoria de Thomas Hobbes, escrita na obra O LEVIATA, prevalece: “O homem é o lobo do próprio homem”.

O texto visa provocar uma reflexão sobre o tratamento que vem sendo dado aos profissionais dedicados e aqueles que vulgo chamamos de ‘bajuladores’.

Sobre o Autor

Júlio Correia Neto é  Contador e Business Coach com especializações nas áreas de negócios, liderança, empreendedorismo e humanas. Experiência em posições de liderança em empresas nacionais e multinacionais, tendo conduzido processos críticos de gestão compartilhada de mudança organizacional, utilizando metodologia que integra aspectos técnicos e humanos para atingir os resultados de forma rápida e consistente.

E-mail: juliocorreianeto@hotmail.com

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