Brasil, um país jovem de cabelos grisalhos, que tentamos esconder a todo custo!
Metáfora interessante e extremamente propícia aos tempos atuais, que nos revela muita coisa, especialmente no universo de nossas empresas.
Qual é a mulher que nunca se preocupou em tingir os cabelos antes de ir para uma entrevista de emprego?
A moda agora, entre os homens de meia idade, é raspar a cabeça para esconder falhas e cabelos brancos.
Por que não aceitamos o fato de que vamos todos envelhecer?
Profissionais mais velhos relatam que capricham na foto do perfil das redes sociais para parecer mais jovens. Muitos evitam colocar a data de nascimento no currículo e tentam não deixar rastros que possam revelar a sua idade, para aumentar as chances de serem convidados para uma entrevista.
O preconceito que ronda os processos seletivos, programas de treinamento e desenvolvimento nas organizações é tão palpável que quando uma empresa anuncia que tem uma vaga para alguém com mais de 50 anos as pessoas se espantam e se encantam.
Mas é uma vaga entre milhões, e, mesmo que chame a atenção, contribua para empregar um profissional mais velho e talvez faça outros potenciais contratantes considerarem o assunto, o benefício maior ainda é da empresa, que viraliza nas redes sociais, é mencionada pela imprensa e reforça sua imagem de politicamente correta, sendo ela ou não.
O que faz com que um executivo inteligente aos 40 anos perca seu valor agregado aos 50?
Quando tudo corre bem, nossa trajetória segue mais ou menos o padrão de uma curva normal: vamos crescendo profissionalmente até chegar ao ápice, que, em termos etários costuma se revelar entre os 35 e 45 anos no Brasil, às vezes 50. Depois, vem a queda!.
Considerando que vamos viver mais, esse padrão tem que mudar, senão, o que faremos dos 45 aos 80?
O preconceito de idade (etarismo) é algo comum em nossas empresas. As pessoas se preocupam em ter uma aparência mais jovem para aumentarem suas chances de sucesso profissional. Mas, afinal, o que competência tem a ver com aparência?
Sobre a Autora:
Fran Winandy é Psicóloga com MBA em RH e Mestrado em Gestão Humana e Social nas Organizações. Com 30 anos de experiência na área de RH, é sócia de Consultoria, professora de Pós Graduação e especialista no tema Diversidade Etária.