Como sobreviver nesses tempos de inteligência artificial, máquinas que aprendem e robotização aonde a pressão por maior produtividade e eficiência aumenta cada vez mais sem sofrer nenhum abalo a nível emocional, mental e/ou físico? Difícil resposta quando tomamos ciência de que a depressão tem se tornado um caso cada vez mais preocupante conduzindo, dentre outras consequências, ao aumento dos suicídios em todo mundo. A quantidade de informações a serem processadas, em uma velocidade e espaço de tempo cada vez maior, pelo ser humano provavelmente ultrapassou sua capacidade orgânica, aliado a redução temporal com que tem que resetar modelos e narrativas sociais, políticas, religiosas, econômicas e laborais antigos por novos modelos, com tempo de duração cada vez menores. Sofrer por antecipação nunca foi um bom negócio. Se deixar alimentar por previsões alarmistas e apocalípticas muito menos. Dar ouvidos a tudo de negativo que tem sido propagado pelas redes sociais e mídia em geral, então, nem se fala. Quem realmente sabe o que acontecerá de fato daqui a 10, 20 ou 30 anos? Acredito que ninguém. Portanto, viva um dia de cada vez com responsabilidade e discernimento. Procure se capacitar naquilo que fizer sentido. Não sai atrás de tudo que o mercado anda demandando: podem ser meras “ondas de verão” caça níquel. Procure por literaturas com fundamentação científica evitando os amadores literários que se propagam aos montes. E busque diariamente desenvolver seu equilíbrio, por exemplo, através de técnicas de meditação. O mundo está cada vez mais complexo e confuso e, neste contexto, de nada adiantará o desespero e a afobação. Seja prudente e muito observador. Busque, com discernimento e bom senso, peneirar tudo o que vem acontecendo mundo a fora, filtrando o que pode se tornar bom para a sua vida (e não necessariamente para todo mundo). Tenha sempre em mente que se tudo, infelizmente ou felizmente, do que está sendo alardeado por ai der errado, você certamente não será o único a ser afetado. Portanto, VIVA. Mas viva com muita prudência e respeito a si mesmo.
O texto visa provocar uma reflexão sobre o impacto social eminente que o processo de automação vem causando na vida das pessoas, buscando incitar nas mesmas uma reflexão pela busca do equilíbrio nesta conjuntura de forte pressão emocional.
Sobre o Autor:
JÚLIO CORREIA NETO – Contador e Business Coach com especializações nas áreas de negócios, liderança, empreendedorismo e humanas. Experiência em posições de liderança em empresas nacionais e multinacionais, tendo conduzido processos críticos de gestão compartilhada de mudança organizacional, utilizando metodologia que integra aspectos técnicos e humanos para atingir os resultados de forma rápida e consistente.
E-mail: juliocorreianeto@hotmail.com
Conforme citado: “…O mundo está cada vez mais complexo e confuso e, neste contexto, de nada adiantará o desespero e a afobação…”…resetar modelos e narrativas sociais…”
Gostaria de adicionar que resetar narrativas sociais a nível macro e micro tornou-se uma necessidade absoluta. As pessoas nesta loucura estão cada vez mais injustas/ neuróticas, e sem pensar matando emocionalmente até aliados outrora absolutamente leais. O ser humano tornou-se um NADA para muitos que pareciam primar pela lealdade, gentileza, camaradagem, amizade de verdade. Assim somos obrigados a viver em uma sociedade em irreversível decadência. Nesta bagunça, alguns fatores ainda sob o controle do ser humano, são desprezados/subjugados, aumentando ainda mais- s/ necessidade- a desesperança.