Você perde o sono dias antes de fazer uma apresentação? Fica suando frio, com as mãos geladas ou as pernas tremendo na hora de falar? Tem a nítida sensação que o coração vai pular pela boca, que todo mundo está percebendo o quanto você está apavorado e preferiria estar em qualquer lugar menos naquela situação? Fique tranquilo, você faz parte de uma maioria de pessoas que não consegue ficar à vontade ao falar em público.
Existem inúmeras pesquisas sobre o quanto as pessoas, de todas as idades, classes sociais e com as mais diversas profissões, têm medo de se colocar em evidência e fazer uma apresentação ou até um simples discurso numa festa de aniversário. Uma delas foi feita pelo programa Globo Repórter, há dois anos. Os telespectadores apontaram coisas que eles mais tinham medo, de forma geral, e falar em público deu em primeiríssimo lugar com mais indicações até do que a morte. Ou seja, tem mais gente com medo de falar do que de morrer. Isso tem uma explicação: ninguém se levanta pensando que vai ter que driblar a morte todos os dias, nós nem nos lembramos disso. Mas é muito comum que tenhamos que lidar com o estresse de falar em público com freqüência, principalmente no trabalho.
A boa notícia é que há formas de enfrentar este medo. Nos cursos da CPCom e no Senac mostramos que a sensação responsável por gerar o descontrole generalizado é a ansiedade. O medo de falar em público é um sofrimento por antecipação. Ficamos imaginando que não vamos conseguir, que alguém vai perguntar alguma coisa que não vamos responder, que ninguém vai prestar atenção, que vamos gaguejar… E assim alimentamos o nosso nervosismo. E quanto mais nervosos, mais produzimos adrenalina, que se não for bem direcionada, irá permitir que o nervosismo provoque todas aquelas sensações físicas desagradáveis que já citamos e mais algumas como vermelhidão no rosto, vontade de ir ao banheiro com muita freqüência, perda de raciocínio e até falta de memória.
Como lidar com o medo? A melhor recomendação é esteja preparado para todas as situações. Todas mesmo, sem exceção. Em primeiro lugar, obviamente, domine o conteúdo. Nunca se atreva a falar sobre algo que você não domina. Só se exponha se souber o tema detalhadamente. Depois, cuide da sua ansiedade com dois exercícios que fazem muita diferença:
1) Respire mais devagar – treine sua respiração para não ser tão curta ou ofegante. Durante 1 minuto, inspire não só com os pulmões, mas também com o diafragma, como se fosse um bebê. E solte o ar devagar. Faça isso em torno de 20 vezes. Bem tranquilamente. Quando o ar entra em maior quantidade nos pulmões, é como se o cérebro recebesse a informação de que está tudo tranquilo e não tem porque disparar a adrenalina em excesso e ativar o nervosismo. Se puder, treine isso um pouco todos os dias.
2) Prepare-se para todo tipo de situação, da pior até a melhor possível. Imagine e já e deixe tudo certo para se sair bem em cada uma delas. Pense nos mínimos detalhes, até nos mais improváveis: se faltar energia e você não puder usar o computador, por exemplo, como vai fazer? Quais perguntas podem surgir da sua apresentação? Há pontos polêmicos? O que você vai dizer se o celular de alguém tocar? Se tiver que mudar o caminho por causa de um alagamento, vai dar tempo? Isto funciona porque instintivamente nos protegemos dos imprevistos e conseguimos aumentar a nossa própria sensação de segurança.
Existem mais algumas dicas para enfrentar o medo e vamos voltar ao assunto aqui nos próximos artigos. Se você tiver alguma dúvida, deixe nos comentários ou mande um email para mariana@cpcomconsultoria.com.br. Será um prazer ajudá-lo a se comunicar de forma eficiente.
Abraços e até a próxima.
Sobre a autora:
Mariana Arantes: Palestrante, Diretora da CPCom – Consultoria Profissional em Comunicação, Instrutora do Senac – PE para cursos de Oratória e Apresentações (inclusive para os professores e supervisores da instituição) e Professora Universitária de Comunicação Empresarial. Jornalista, Especialista em Gestão Empresarial (MBA) e Certificada no curso de Economia e Marketing pelo Instituto Don Quijote, em Barcelona, Espanha. Tem 17 anos de experiência profissional, tendo atuado como repórter e âncora de rádio e TV, gerente de conteúdo e assessora de comunicação em São Paulo, Natal e Recife. Mantém um blog que divulga gratuitamente boas iniciativas de empresas e pessoas que mudam a vida de todos.
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