Uma das funções das Relações Públicas é promover o equilíbrio entre a identidade e a imagem das organizações. Traduzindo, nossa maior tarefa é alinhar o discurso às práticas de negócios.
Essa tarefa parece ser muito simples e talvez por isso nem todo mundo a pratique com tanta dedicação. Não precisamos ir tão longe, basta que você responda as perguntas a seguir: Você gerencia a sua imagem? Você toma cuidado com aquilo que publica ou dissemina nas redes sociais? Você pensa antes de falar?
Resposta difícil não é mesmo? É por isso que cuidar desse tema requer cuidado. Uma organização possui uma cultura, que foi criada por alguém ou por um grupo de pessoas e tem sido sustentada ao longo dos anos. Essa cultura é norteada por inúmeros princípios, valores e práticas. Cuidar para que o mercado compreenda esse posicionamento e o entenda da forma esperada requer planejamento. Isso também acontece conosco. Qualquer atitude nossa, como pessoas, pode ser interpretada das mais diversas formas.
Construir uma reputação é um trabalho árduo, mas para que ela seja afetada bastam alguns segundos. Levantei essa discussão, pois há pouco mais de um mês participei de um curso que tratava sobre redes sociais, comportamento da Geração Y e posicionamento das empresas frente a comentários ou feedbacks positivos e negativos no mundo virtual.
Quando uma empresa decidi abrir suas portas e cria canais de comunicação de mão dupla, estabelecida através de diferentes ferramentas nas redes sociais, deve estar pronta para receber todo o tipo de feedback e antes de fazer isso é preciso avaliar se de fato eu entrego e faço aquilo que eu prometo. Lembrando que o trabalho começa dentro de casa.
Muitos são os casos de empresas que não tiveram experiências positivas nas redes sociais, histórias de clientes que se sentiram lesados e foram a público reivindicar seus direitos. Há alguns casos clássicos, mas todos têm um ponto em comum, o consumidor que fez a reclamação obtém muito mais acessos do que a empresa que tenta se retratar. Esse resultado vem para corroborar o que eu mencionei acima, uma reputação pode ser destruída em minutos.
Mas, eu quero mesmo compartilhar com vocês a seguinte questão, atualmente, quando uma empresa vai contratar um novo profissional todas as pesquisas sobre aquela pessoa são feitas na internet. Por esse fantástico meio, conseguimos ter acesso aos textos, trabalhos, perfis no Orkut, Facebook, Linkedin etc. E essa busca pode sim revelar o verdadeiro perfil e caráter do profissional em questão.
Uma questão levantada no evento que eu participei foi a seguinte, será que uma empresa vai deixar de contratar um profissional, pois ele publicou uma foto no facebook com um copo de cerveja na mão?
Pode ser que algumas empresas avaliem esse ponto como um desvio de comportamento, mas, mais perigoso do que uma foto, serão as análises em cima dos comentários, das comunidades, da interação e participação dessa pessoa nesses meios.
E é aqui que eu chamo a sua atenção. Será que todos nós temos a real noção da abrangência das mídias sociais? Será que todos sabemos nos comportar nesses novos meios?
Um comportamento inadequado nas redes pode resultar em bloqueio pelos colegas, ações judiciais, demissão, perda de credibilidade, enfim pode arrasar com a sua imagem. Saber administrar sua participação é uma tarefa árdua e requer dedicação e atenção.
Seja crítico, crie um plano de comunicação para você, avalie sua participação de tempos em tempos e boa sorte!
Sobre a Autora:
Gabriela Petrin, Graduada em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero e Pós-graduada em Administração de Empresas pelo Insper. Atualmente, trabalha na comunicação de uma multinacional B2B sendo responsável pela Comunicação Interna, Mídias Sociais e atividades de marketing da área de motores e acionamentos. Ao longo do desenvolvimento se sua carreira foi responsável pelo desenvolvimento de campanhas voltadas para o público interno, atividades de responsabilidade social, planejamento de mídia e WEB.
twitter: www.twitter.com/Gabipetrin
site: www.onossopapo.blogspot.com
e-mail: gabipetrin@ig.com.br
Muito sensato! Realmente a rede é uma faca de dois gumes- tanto pode construir como destruir para sempre!
Gabriela.Post muito bom para a reflexão. Eu costumo dizer que o que se posta na rede fica na rede para sempre. Por mais que se tente apagar, não é possível saber o quanto essa informação foi reproduzida, replicada e por quantos amigos nossos e amigos dos amigos está circulando.Concordo plenamente que para que uma empresa “embarque” no mundo das redes sociais deva fazer uma cuidadosa análise e estratégia. Porém, como indivíduos que somos, temos uma reputação a zelar e a construir, e temos que usar as redes ao nosso favor e não ao contrário, por isso, não somos diferentes de uma instituição e temos que desenhar esse planejamento: o “eu.com”.