Tenho percebido que muitos gestores reclamam da qualidade dos seus profissionais; alegam grande quantidade de retrabalho, perda de material e de produtividade, problemas com qualidade, com cumprimento de prazos etc.
Numa primeira análise pode-se concluir que existe uma série de fatores que contribuem para isso. Um deles, sem dúvida, é o grau de formação escolar e de desenvolvimento dos profissionais contratados.
Nos dias de hoje é necessário que a qualidade humana esteja compatível com os resultados planejados pela empresa. Não basta a empresa ter uma excelente tecnologia, um bom produto ou serviço, um bom programa de marketing, se o seu quadro de funcionários não está adequado às necessidades do seu negócio. Hoje exige-se alta flexibilidade e rápida adaptação nos negócios; assim, os profissionais também devem ter a velocidade e a capacidade necessária de adaptação. Profissionais com boa qualidade (educação, cidadania, boa formação escolar, conhecimento técnico e boas atitudes) fazem a diferença no resultado do negócio. E a área de RH tem bastante responsabilidade sobre isso.
Hoje, frente às novas tecnologias e à concorrência acirrada do mercado, principalmente internacional, é necessário produzir cada vez melhor e com menor custo. Para reduzir custos as empresas também procuram trabalhar com menos profissionais no seu quadro. Nesse ambiente ganha espaço o profissional que mostrar melhor competência. Competência é produto de formação escolar, de conhecimento e de atitudes; é agir e trazer resultados. Sem dúvida, sem saber pensar não se adquire e nem se desenvolve competência. Saber pensar se aprende na escola.
É grande o número de profissionais que buscam trabalho e não conseguem. Não conseguem porque o mercado não tem vagas suficientes ou porque não têm competência? O mercado disponibiliza bastante oportunidade e o que se vê são pessoas desqualificadas, começando pelo mais básico que é falar e escrever. Falar e escrever corretamente vêm da formação escolar. Se ela foi mal feita, seguramente o indivíduo tem problemas. Raciocínio, então, nem se fala. Percebe-se muito isso numa entrevista, num processo seletivo. Muitos candidatos, geralmente nem sabem, são reprovados por esse motivo. O que é pior, nem se preocupam em melhorar!
Hoje, as empresas buscam profissionais prontos. Quando precisam também aplicam programas de treinamento e de desenvolvimento. Os treinamentos são mais seletivos e caros. Não se gasta dinheiro com o que não vale a pena; então, profissionais que participam de programas de treinamento e desenvolvimento devem ter capacidade de absorção e de aprendizado para gerar o resultado necessário. Essa capacidade é fruto de uma boa formação escolar, de saber pensar e agir. Costumo dizer que pessoas são como pedra, algumas você lapida e se tornam verdadeiros diamantes; outras se tornam, no máximo, um paralelepípedo. Quem sabe pensar e agir pode se tornar um diamante.
O RH tem responsabilidade de prover bons profissionais na empresa, educados, com boa formação escolar também para as funções mais simples e básicas. Bons profissionais que venham de encontro às competências necessárias ao negócio e não que sejam bons porque alguém simplesmente os indicou e disse que eram. O bom não está mais na relação de amizade, na subordinação, mas na competência, no agir e fazer acontecer. São as funções básicas que participam em grande parte do processo produtivo, que utilizam máquinas e equipamentos de alta tecnologia e que podem causar um prejuízo enorme quando os ocupantes não tiverem a competência necessária.
O profissional de RH deve ter clareza do que é necessário para a empresa fazer o seu negócio com diferencial, não importa o tamanho dela ou o seu produto ou serviço final.
Um correto mapeamento das competências necessárias ao negócio define vários programas internos, o programa de captação de mão-de-obra, o programa de treinamento e desenvolvimento, o programa de gestão e o planejamento de carreira desses profissionais.
Que tal você, profissional de RH, fazer uma análise sobre como estão os profissionais da sua empresa? A competência dos seus funcionários está adequada ao negócio? Você sabe qual a formação escolar de cada um? Você sabe qual a formação necessária para o desenvolvimento da competência dos seus funcionários?
Sobre o autor:
Lélio Reinaldo Tocchio é Profissional com mais de 20 anos de experiência na área de RH. Especialista no segmento de serviços. Presta consultoria a empresas em desenvolvimento e gestão de pessoas.
e-mail: leliotocchio@uol.com.br
Goste o artigo!! ainda com sabor ao Livro Managing Human Resources in Latin America, posso dizer que além dos fatores enumerados aqui, ta faltando a CULTURA ORGANIZACIONAL, nas empresas, hoje a maioria das empresas focam polticas de TALENTOS aos Trainner´s e esquecem dos Sênior, lembremos meu caro amigo, que o profissional após do 40 aqui, já é denominado DINOSAURIO, mais não pensam na RESILENCIA destes é o fator diferencial com Junior.
Obrigado!!