Acredito firmemente na importância de o ser humano ser trabalhado e direcionado à auto-realização, através do autoconhecimento. Para que isso aconteça é necessário ter saúde, ser saudável.
Vemos, nos dias atuais, o desenvolvimento tecnológico e científico em alta velocidade, a competitividade cada mais agressiva, o indivíduo cada vez mais assustado, sem rumo, despreparado.
A cultura oriental trabalha preventivamente, sua medicina é preventiva. Cuida da pessoa e a pessoa se cuida para não adoecer. Tem, também, a visão do todo, global, holística. Quando o indivíduo adoece, todo seu ser é afetado: corpo, mente e alma. Isso envolve a relação consigo mesmo, com a família, com o trabalho. Afeta sua harmonia, seu humor, a motivação, enfim, sua vida e a de quem está ligado a ele.
Nossa cultura ocidental tem a visão do momento. Leva o ser a agir de acordo com as circunstâncias e o que é pior, é envolvido por elas, é afetado profundamente. A prova disso são os hospitais lotados. A falta de capacitação humana e profissional causa a morte de inúmeras pessoas, diariamente. E isso independe da classe social. Quer prova maior do que o caso Tom Jobim, em pleno Estados Unidos?
Para evitar tal desequilíbrio, que leva até mesmo à morte prematura, ou suspensão das atividades – tenho caso de jovens executivos afastados do mercado devido a derrames e enfartes, sem contar as úlceras, reumatismos, problemas graves de coluna, entre outros – as empresas orientais oferecem a seus funcionários várias opções de atividades: yoga, tai-chi-chuan, ginástica, meditação. São atividades leves que retiram a fadiga, o estresse e reestruturam o indivíduo emocionalmente, como também preparam seu corpo e sua mente para as jornadas geralmente intensas de trabalho.
Essas atividades costumam ser acompanhadas por pessoas preparadas, capacitadas, como médicos, psicólogos, professores e consultores, que vão orientando o profissional para que tenha saúde plena e igual condição para exercer suas funções junto à empresa, mas também junto à família, à sociedade, ao mundo.
Na Europa e nos Estados Unidos, isso já vem acontecendo. Já acordaram para a realidade atual: o ser humano precisa se tratar para alcançar a plena realização de seus objetivos, através do conhecimento e bem estar de si mesmo.
No Brasil, isso já começa a ser percebido. É hora de olharmos para a frente e percebermos a importância de estarmos bem para fazermos bem nosso dever. Como empresário, executivo, gerente, operário, só alcançaremos qualidade total quando ela fizer parte de nós mesmos, quando vivermos com qualidade em pensamentos, sentimentos e expressões, ou seja, quando tivermos qualidade de vida.
Por qualidade de vida, entendemos uma maneira mais adequada de se viver, mais sadia, desde a relação consigo mesmo, passando pela inter-relação e a própria relação com o Todo, com o Cosmos.
Estão surgindo novos paradigmas, tais como: trabalho em equipe, saindo o individual; conhecimentos gerais, em lugar do específico; experiências múltiplas, incluindo a internacional, em vez de uma apenas; e muitos outros.
Os tempos mudaram e continuam mudando, prometendo ainda muitas transformações nas relações interpessoais, profissionais e, especificamente, na relação individual, pessoal, consigo mesmo.
A Empresa
A Empresa é uma entidade organizada e precisa ser bem estruturada para realizar sua função e alcançar suas metas. O objetivo é o sucesso. Para isso é fundamental ter objetividade e clareza quanto à cultura, à filosofia e aos valores. Necessita, também, de materiais e equipamentos, atentando para a alta tecnologia e a modernidade, passando pela inovação constante. Ser objetiva e transparente na informação e na relação com clientes e fornecedores é outro dever da Organização.
A Revolução Tecnológica e as últimas descobertas da Ciência têm mexido com as estruturas empresariais e com os processos de gestão. Precisa-se, hoje, dar atenção permanente ao novo (ou a maneira nova de fazer), para manter a competitividade, gerando lucros maiores e conquistando a liderança. Hoje, além de existir, é prioritário ser boa para vir a ser a melhor ou a maior.
Com a abertura e a globalização do mercado, temos uma nova visão de administração e economia, aprimorando ou atualizando algumas teorias e tendo outras totalmente ultrapassadas. O que fariam hoje grandes astros do passado como Ford, Fayol, Taylor, Marx, entre outros? Certamente, fariam diferente.
Percebemos hoje um amadurecimento em relação ao passado. Daqui a cem anos todo o processo hoje defendido poderá estar igualmente superado. Mas o mérito desses homens é inquestionável, pois é através de suas descobertas e afirmativas – a criação dos paradigmas – que se pode aprimorar ou mudar. Longas pesquisas, profundas experiências, “insights” que provocam novas descobertas ou reformulações de antigas teorias, favorecem e conduzem ao crescimento da humanidade.
O tema modernidade sugere mudanças. Mudanças na forma de ver, pensar e agir. Mudar estruturas pede para mudar processos; a recíproca é verdadeira. Mudança total, plena, global. É preciso mudar, transformar para crescer, mas primeiramente, modernizar para sobreviver.
Conceitos e atividades recentes são introduzidos nas empresas tais como: Reengenharia de Processos, Qualidade Total, Gestão Participativa e Tecnologia de Sistemas de Informática. O objetivo é o mesmo: fazer a empresa funcionar bem, ser produtiva e lucrativa.
Atualmente, temos uma nova visão dos conceitos organizacionais. Ser produtivo não significa mais produzir em massa e, sim, bem-feito, com qualidade até mesmo de forma personalizada. Ser lucrativo não é mais ganhar sobre os custos e sim baixá-los, cortando desperdícios e tornando o preço mais acessível.
A tecnologia nos oferece uma forma de fazer melhor e mais rápido. A ciência nos mostra outros canais e caminhos para o aprendizado. Temos inúmeras possibilidades, hoje em dia, de tornarmos a empresa mais produtiva, lucrativa, com segurança, qualidade, eficiência e eficácia.
O Homem
Todo trabalho produz um resultado. Trabalho bem-feito gera resultado positivo; trabalho sem qualidade gera resultado negativo. E a cada dia cresce a cobrança, tornando o público mais exigente.
Toda empresa quer lucro, quer também liderança, quer ainda reconhecimento. Em um mercado aberto e internacionalizado cresce a competitividade e a busca pela qualidade. Também o empregado quer lucro (um bom salário), quer liderança (sentir-se capacitado, qualificado para a função, competente) e quer igualmente reconhecimento (elogios, promoções e novos desafios).
Na Organização, qual é o elemento que vê, pensa e faz? Evidentemente, é o elemento humano. Do teto ao chão, do presidente ao operário, é sempre o elemento humano em ação. É ele quem faz a empresa! A mente elabora as idéias, ordena os pensamentos, forma os processos, a estrutura. O corpo coloca as idéias em ação, realiza os movimentos, a dinâmica empresarial. Uma integração é necessária. Integração esta do pensar e do agir, como também das hierarquias, formando um todo fortemente estruturado. Esta é uma empresa vitoriosa, bem-sucedida, sólida, que sobrevive às crises políticas, econômicas e sociais; uma empresa competitiva, lucrativa e eficaz.
É freqüente encontrarmos Organizações com um bom serviço de Marketing. O contato direto causa um impacto negativo; o atendimento é medíocre, o produto é fraco. Vemos também escritórios muito bem montados e equipados porém a recepção e o tratamento são pobres. Vemos, ainda, empresas bastante simpáticas e agradáveis e o nível de limpeza muito deficiente, o que afasta os clientes. Temos muitas histórias para contar… Falta estrutura forte e modelo adequado de gestão.
Qualidade Total Significa Satisfação Total
O sistema empresarial moderno se direciona cada vez mais para a satisfação total. Além da qualidade total, tão em voga atualmente, quando se procura atender as necessidades e exigências do cliente, encontramos a satisfação total. A aproximação da perfeição na confecção do produto ou na realização de um serviço é alvo cada vez maior. Quando um produto ou serviço alcança um nível elevado tem a satisfação do cliente que o recebeu, do indivíduo que o produziu, passando pela pessoa que o distribuiu, pelo gerente que orientou, pelo diretor da empresa, que tem a certeza da missão cumprida, e a devida expressão dos valores e da cultura da empresa. Para isso é necessária uma comunicação estimulada e uma fonte de informação e incentivo adequada.
É primordial a percepção de que para as tão necessárias, esperadas e desejadas lucratividade, competitividade e liderança de mercado, o elemento humano necessita de qualificação e capacitação plenas. O homem é a maior fonte de lucro de uma Organização e nele deve ser feito o primeiro e o mais alto investimento. Em uma visão arcaica e ultrapassada, o indivíduo é visto como custo, prejuízo e objeto descartável. Na visão empresarial moderna, ele é a maior fonte de investimento. Investir nos recursos humanos da empresa é lucro certo. Vemos, nas empresas modernas, que o Departamento de RH tem uma atenção especial. Ele já é o elemento gerador de lucro, pois é responsável em preparar devidamente o profissional e prestar assessoria a outras instituições.
Todos sabemos que, quanto menor é a rotatividade de pessoal, menores são os gastos com processos de admissão, demissão e treinamento. Da mesma forma, quanto menor é o absenteísmo, maior e melhor é a sua produção. Quanto mais integradas as equipes, melhor é o rendimento. Quanto mais motivada é a empresa, melhor é a qualidade global da mesma.
Qualidade de Vida na Empresa
Precisamos olhar o termo qualidade de forma mais ampla. É ilusão querer oferecer qualidade se quem produz está infeliz. Quando há infelicidade por alguma razão, seja salário baixo, má condição de trabalho, entre outras, faltará qualidade total.
Para haver qualidade total de produto ou serviço, toda a rede que envolve a confecção ou realização do mesmo, precisa ter Qualidade de Vida. A qualidade precisa estar além do produto ou do serviço. Precisa quebrar as barreiras do egoísmo e do individualismo de cada indivíduo, seja operário, gerente ou diretor. Precisa estar na vida pessoal de cada elemento e ser extensivo às suas famílias e a comunidade em que vive.
Qualidade precisa ser compartilhada. Só existe qualidade total de produto ou serviço quando ela vem acompanhada de qualidade total de vida pessoal e coletiva. Só existe excelência empresarial, havendo excelência na qualidade de vida pessoal e coletiva. Esta abrange a comunidade empresarial, familiar e social. E como estamos diante da globalização do mercado, podemos afirmar que a necessária qualidade total exige a relação plena da comunidade mundial, planetária e cósmica.
Precisamos, inicialmente, realizar a Qualidade Total de Vida, a Reengenharia Humana, a Parceria do Ser, a Autogestão Participativa, o Gerenciamento Global …
Sobre o autor:
Fernando Hartmann é Administrador de Empresas, com especialização em Relações Humanas e com formação paralela em Artes e Terapias Orientais e Holísticas (Yoga, Meditação, Massagem e Reiki). Conta com 30 anos de atuação em Assessoria e Consultoria a Pessoas Físicas e Jurídicas, desde 1991 como consultor nacional independente. Conta com mais de duzentas (200) matérias e entrevistas nos principais veículos de comunicação. Entre os mais de mil (1000) seminários e palestras, cursos e workshops e eventos realizados, atingiu um público de aproximadamente quinze mil (15.000) pessoas participantes.
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