Um dos maiores perigos que enfrentamos na vida é o de nos acostumarmos com a paisagem.
Acostumar com a paisagem significa não enxergar mais os detalhes das coisas que vemos todos os dias, dos ambientes em que vivemos o nosso dia a dia. Como vemos sempre a mesma coisa, estamos sempre naquele lugar, já não prestamos mais atenção e as coisas erradas, quebradas, sujas. Como estamos sempre com as mesmas pessoas elas se tornam parte da paisagem e não damos mais a atenção que deveríamos dar a elas. Passamos a não tratar bem, com respeito e polidez, as pessoas com quem convivemos diariamente. A verdade é que nos acostumamos com aquela paisagem e ligamos nosso piloto automático.
Vejo empresas com paredes sujas, cantos quebrados, salas de espera mal arrumadas, banheiros sujos e mal cuidados e até plantas secas em vasos secos. Quando chamo a atenção, as pessoas da empresa se surpreendem. Elas não enxergam mais aquilo tudo. Elas se acostumaram com a paisagem.
Conheço subordinados que perderam o respeito em relação a seus chefes e chefes que perderam o respeito em relação a seus subordinados. Esse relacionamento diário fez com que ambos os lados não prestassem mais atenção ao que falam, aos como falam, como se comportam, etc. O mesmo acontece com velhos clientes e velhos fornecedores. Eles acabam fazendo parte de nossa paisagem e aí não damos mais a atenção que dávamos a eles e até acabamos perdendo o respeito que deveríamos ter.
Na vida pessoal é a mesma coisa. A nossa esposa, o nosso marido, nossos filhos e até pais e amigos começam a fazer parte de nossa paisagem e não damos mais a atenção que deveríamos dar a eles. Perdemos o respeito que se traduz em gentileza, consideração, em ouvir com atenção e levar a sério o que dizem.
Há até mesmo o risco de nossa imagem começar a fazer parte da paisagem e não percebemos mais o quanto estamos gordos, feios, mal vestidos e até com falta de cuidados em nossa higiene pessoal. Aquela imagem que vemos todos os dias no espelho acaba fazendo parte da paisagem como se não pudesse ser mudada.
Cuidado, pois, para não se acostumar com a paisagem. Preste atenção!
Pense nisso. Sucesso!
Sobre o autor:
Prof. Luiz Marins: Antropólogo, professor e consultor de empresas no Brasil e no exterior, o Prof. Marins tem 25 livros (também disponível em vários países da América Latina e Europa) e mais de 300 vídeos e DVDs publicados; Empresário de sucesso nos ramos de agronegócio, educação, comunicação e marketing. Seus programas de televisão estão entre os líderes de audiência no Brasil. Segundo a imprensa especializada e consultorias, o Prof. Marins está entre os mais requisitados palestrantes do país.
site: www.marins.com.br
e-mail: diretoria@marins.com.br
Vivian.
Acredito que a abordagem direta seja realmente a mais eficaz.
Um abraço,
Marins
Boa tarde, Prof. Luiz Marins.
Sua publicação despertou a minha atenção. É de extrema perspicácia e com toda certeza o costume nos leva a estado que o desagradável se torne suportável, por questão de adequação ou comodismo. Gostaria da sua opinião a respeito de como despertar esse senso crítico em nós mesmo e no outro quando nos encontramos nesse estado. A abordagem direta seria a melhor escolha?
Grata.
Vivian Marília.
Aluna 2º período em Recursos Humanos.