O Papel da Informação no Desenvolvimento e Crescimento das Pessoas

Vivian Helena F. Paiva
Vivian Helena F. Paiva

Há 25 anos atrás, se falava em processamento de dados. O processamento era “batch”, à noite, e imensas listagens eram impressas e entregues às áreas usuárias pela manhã.

Uma década e meia depois, o famoso departamento havia sido rebatizado de TI – Tecnologia da Informação. O processamento, em geral, era em tempo real, com a participação, de fato, do usuário.

Depois, ficou mais intensa a utilização de termos relacionados à gestão do conhecimento .

Caramba! Como as coisas mudaram . Será?

Podemos denominar dados (em alguns casos, dados brutos) como a matéria-prima da informação. O que seriam deles se não aplicássemos o raciocínio para transformá-los em informação? Nada. Apenas caracteres soltos em sistemas. E o que seria da informação se não a aplicássemos, transformando-a em  conhecimento adquirido?  Nada (de novo). Literalmente.

Que bacana!

É interessante se conceituar as coisas do dia a dia (às vezes com o acesso aos dicionários). Mas, o que interessa, afinal? Acreditamos que a ação.

Para que criar ou armazenar diversas informações se não agimos? Como queremos que o cenário mude? Uma forma simples de exemplificar: acreditamos estar um pouco distantes da família e dos amigos. Então, criamos um calendário com as datas de todos os aniversários anotados e, sempre buscamos deixá-lo o mais atualizado possível. Mas, temos que lembrar de, ao menos, conseguir fazer uma ligação telefônica para dar os parabéns! Para que tanto empenho na coleta e manutenção das informações, sem a ação?

Ronaldo de Fávero
Ronaldo de Fávero

Todos nós conhecemos pessoas muito bem informadas, mas que realizam muito pouco nas questões familiares, profissionais, enfim, são verdadeiros bancos de dados que, aparentemente, não agregam muito às suas vidas, nem à sociedade como um todo.

Estamos vivendo num tempo que parece avançar exponencialmente, na velocidade da informação e das experiências adquiridas, onde os conhecimentos são altamente perecíveis e a quantidade gerada de informações multiplica-se rapidamente.

 Se uma pessoa não procurar conhecimento além do que tem acesso em canais formais (exemplo, um aluno além da sala de aula), boa parte do conhecimento adquirido terá se tornado obsoleto.

Mudanças acontecem o tempo todo e é necessário que todas as pessoas/profissionais se atualizem sempre.

Como temos nos atualizado e buscado novas informações e conhecimentos?

 

Ser eclético

Existe uma frase (não sabemos a autoria), mas que pode ilustrar a importância da informação: “Para se ter resultados diferentes, deve-se fazer coisas diferentes. Para se fazer coisas diferentes, deve-se ter pensamentos diferentes”. E agora, a nossa humilde contribuição: “Para se ter pensamentos diferentes, deve-se ter informações de temas e campos diferentes”.

Gostamos de ler sobre tudo, um pouco: sobre supermercados, companhias aéreas, marketing, finanças, comportamento, gestão, etc. O resultado tem sido muito bom, principalmente na busca de saídas criativas para situações de maior complexidade.

Claro que existem várias outras fontes de informação (além das impressas), tais como: rádio, TV, Internet, contatos pessoais, treinamentos, palestras. Cada uma tem as suas vantagens e desvantagens. Mas, a combinação destas fontes permite certo equilíbrio entre posicionamentos, enfoques, participações, etc.

Ao diferenciar nossas fontes, temos que saber o que extrair de cada uma delas, além de correr o risco de que certo conflito exista entre as idéias, que nem sempre são compatíveis.

 

Fontes de informação

  • Redes sociais

Um recurso formidável dos nossos tempos são as redes sociais. O LinkedIn, por exemplo, proporciona grupos de discussão. Uma conta grátis permite a participação em, até, 50 grupos. O que isto significa ? Mais oferta de informação. O compartilhamento de artigos, planilhas, vagas para empregos é intenso. Com o tempo e experimentando os grupos, acaba-se por se fazer as escolhas em quais grupos manter-se.

  • Newsletters

Podemos receber, diariamente, uma gama de diferentes newsletters.  Claro que o ritmo intenso de atividades nos permitem, muitas vezes,  só dar uma passada com os olhos nas manchetes e ler uma ou outra notícia mais importante.

  • Wikipedia

Quer saber sobre a vida de um cantor havaiano, falecido há, aproximadamente, 15 anos ? Economia de Angola ? Está tudo na biblioteca virtual. Porém, deve-se tomar algum cuidado quanto a exatidão das informações: existem indicações de textos validados, aqueles que possuem referências, etc..

  • Conversas

Está aí uma fonte de informações que remonta há milhões de anos. Muitas das informações, na história da humanidade, foram transmitidas ao redor de uma fogueira ou de uma mesa na cozinha. Hoje a fogueira (ou mesmo a mesa) tomou a forma de uma igreja, comunidade, restaurante, clube, bar, ou qualquer outro local que permita a socialização. Como boa parte da comunicação é não verbal, este método é muito importante.

  • Palestras e aulas

Sem dúvida alguma, fontes ricas de informações. Não só do palestrante /professor para a platéia, mas vice-versa e entre os participantes. De novo, existem salas de aula virtuais, aulas gravadas por célebres personalidades. Aulas/palestras apresentadas em Harvard ? Estão na Internet.

 

Informação obtida ativamente

Uma das grandes revoluções dos tempos atuais é a possibilidade de ser um agente ativo (isto é um pleonasmo?) no processo de obtenção da informação.

Existem inúmeras opções de canais de TV fechada, emissoras de rádio, websites, que podemos acessar, quando, onde e por quanto tempo quisermos.

Só escuta a “Voz do Brasil” quem quiser.

Porém, não adianta culpar ninguém pelo mau uso do tempo, quando se dá audiência para programas de gosto duvidoso. Então, como “agentes ativos”, temos a responsabilidade pelas nossas escolhas.

 

A importância da informação

Somente alguns exemplos onde a informação se mostra muito importante :

  • Entrevistas de emprego;
  • negociações;
  • networking;
  • educação dos filhos;
  • tomadas de decisões.

Só isto? São bons motivos para se manter informado, mas sem exageros, não é?

 

Imagem pessoal e profissional

Uma das características que ajudam a definir a imagem de uma pessoa é quão confiáveis são as informações transmitidas pela mesma.

É horrível quando uma pessoa ganha a fama de “chutar” ou de “mentir”.  Outras pessoas, com certeza, acabam se afastando dela. Afinal, quem gosta de conviver com um mentiroso?

Por outro lado, certas pessoas se destacam pela pertinência dos assuntos tratados, na profundidade e extensão suficientes. Estas pessoas agregam valor às outras e são admiradas e procuradas por isto.

 

Compartilhamento de informações

Quando direcionamos uma newsletter para uma pessoa da nossa network, ou quando destacamos uma folha (cópia física, acredita?) com uma matéria e entregamos/enviamos a alguém, somos lembrados. Fazemos isto, com frequência. Sem querer (querendo), somos lembrados através de um simples gesto de cortesia. Isto é muito importante para se praticar um networking saudável. Dizem que informação envelhece, quando guardada. Deste mal não padecemos.

 

Desenvolvimento e crescimento

Uma história (não sabemos a autoria):

 “Era uma vez um andarilho que parou na beira de um rio, com uma correnteza bem forte. Tirou os sapatos. Colocou um dos pés dentro d´água e o recolheu. Voltou a colocá-lo dentro d´água. Porém, já não era mais o mesmo pé, nem  o mesmo rio.”

Com a informação,ocorre o mesmo: ninguém é o mesmo após o acesso/contato com novas informações.

Outra questão importante é a responsabilidade adquirida junto com as informações. É um verdadeiro “aprender a enxergar” .

Tudo isto tem a ver com os processos de desenvolvimento e crescimento das pessoas, onde um  deve sustentar o outro, em equilíbrio . A informação é um dos elementos necessários para se alcançar este status.

Mas, onde se quer chegar? Quais são os conhecimentos necessários para se atingir as metas pessoais e profissionais traçadas? Quais as informações necessárias? Onde obtê-las? Apesar da nossa tentativa em ajudar, cada um deve encontrar as suas próprias respostas…

 

Sobre os autores:

 

Vivian Helena Figueiredo Paiva: Atua em indústria de bens e consumo desde 2002; MBA em Gestão empresarial – INPG São Paulo; Pós graduada em Gestão Estratégica de negócios – INPG São Paulo; Bacharel em Marketing – Universidade Anhembi Morumbi; Graduada em Gestão e Planejamento de Marketing e Vendas – Universidade Anhembi Morumbi.

e-mail: vivianhelena@live.com

linkedin: http://br.linkedin.com/in/vivianhelena

 

Ronaldo de Fávero, é Consultor em Gestão Empresarial desde 1992; Atuação em Sistemas de Gestão Integrada, Governança Corporativa e Gerenciamento Interino; Cursando MBA em Gestão de RH – INPG São Paulo; Pós-graduado em Qualidade, Especialista em Meio-ambiente e Graduado em Matemática; Ex- Professor de pós-graduação da FEI – Faculdade de Engenharia Industrial.

e-mail: ronaldo.favero@terra.com.br

linkedin: http://br.linkedin.com/pub/ronaldo-fávero/16/160/78b

 

Newsletter

Compartilhar Este Post

17 Respostas para "O Papel da Informação no Desenvolvimento e Crescimento das Pessoas"

  1. Osmar Carvalho · Editar

    Parabéns a todos pelo texto. Isto serve para refletirmos no dia a dia, e, aplicarmos em nossa vida pessoal e profissional. Gostei muito da colocação e pretendo divulgar para meus alunos em salas de aula. Isto è um aprendizado.
    Obrigado a todos. Osmar

  2. Virginio Rocha · Editar

    Gostei muito do artigo, tem alguns tópicos que se identifica comigo e que procuro sempre que possível colocar em prática!

    Grato

    Virginio Rocha

  3. Cleusamir Guedes Maciel Rocha · Editar

    Otimo artigo.
    Aborda a relação entre dados, raciocinio, informação e conhecimento, além de ressaltar a importancia da interação e aplicação de todos (ação).
    Parabéns!

  4. Walmir Gonçalves · Editar

    Olá Ronaldo e Vivian!
    Muito bom o artigo.
    Gostaria de agradece-los pelo envio do material. Abraços! Walmir Gonçalves

  5. Vivian,
    Agradeço por compartilhar o artigo. Realmente é um tema pertinente para as organizações que buscam ‘manter’ os conhecimentos duramente conquistados, às vezes ao longo de vários anos, e que por vezes, acabam ‘se perdendo’ ou simplesmente ‘esquecidos’ dentro das organizações devido a inúmeros fatores, mas sobretudo por falta de visão de seu real valor. 

  6. Muito bom este artigo.
    Gostaria de agradecer a Vivian e Ronaldo por compartilhar este material.

    Grande abraço.

  7. Andre Paulo Sangalli · Editar

    Otimo comentário das empresas e das pessoas pena que quando pessoas tem varias experiências de varios ramos é visto como sem foco mas eu acho que esta pessoa é que tem foco e esta procurando conhecer para poder contribuir com sua experiência.

  8. Petrus Portilho · Editar

    Vivian, tudo bem? Ótimo texto, acho que você conseguiu resumir 100% do índice da boa comunicação, cabe agora às pessoas completarem cada capitulo que você iniciou! Parabéns pelo texto. Abraço

  9. Silvana Ribeiro · Editar

    Ronaldo e Vivian,

    Conteúdo conciso, expressando claridade na informação na forma em Vocês pensaram a proposta de transmissão na idéia. Ao diferenciar várias fontes, temos que saber o que extrair de cada uma delas..perfeito, concordo, se abastecer de informação o máximo que pudermos e sobre temas os mais variados, não esquecendo de fazê-lo com discernimento e parcimônia
    Abraço em ambos,

    Silvana Ribeiro 

  10. Ronaldo e Vivian,
    Extremamente louvável a matéria, sou apreciador de fontes que expressam conteúdo dessa grandeza, a dinâmica e rapidez dos fatos que V.Sas ilustram nessa matéria, ressalta com sutileza a versatilidade da sintonia que o futuro exige, a mensagem me traduziu esse despertar.
    Abraços
    Silvano Dias

  11. Caros Ronaldo e Vivian,

    Temas abordados com excelência e bem lembrado sobre a necessidade de se ter “Atitude”.
    Recordemos que em séculos passados, muitos expoentes do pensamento, da medicina etc; eram adeptos do conhecimento de várias áreas do saber e dominavam muitos ramos da ciência e do ocultismo. Hoje, com a velocidade da TI, continuaremos obsoletos caso não consigamos ser ecléticos e dispostos a navegar em outros mares.
    Felicitações pela forma simples de apontar as necessidades atuais de se manter informado e ativo.

    Abs
    Ana LIma

  12. Anderson Collodel · Editar

    Muito bom material, idéias claras, excelente conteúdo, um dos melhores ou o melhor artigo que li ultimamente. Parabéns!

  13. Tibério Tamai · Editar

    Excelente artigo, muito bom mesmo.
    Vou dissemina-lo aqui em minha organização, quem sabe alguns dinossauros resolvem se atualizar.
    Abraço.
    Tibério Tamai

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.