Durante todos esses anos desenvolvendo pessoas, uma lição se fez cada vez mais presente: as pessoas sempre fazem o melhor que podem com aquilo que tem! Ao ler esta frase é provável que você, líder, tenha um desejo incontrolável de me questionar: “Alexandre, isso não é verdade! Eu tenho pessoas na minha equipe que podem realizar muito mais, possuem todos os recursos, mas simplesmente não realizam…”. A sua indignação é válida, mas eu lhe convido a analisar a frase com a perspectiva correta:
“As pessoas sempre fazer o melhor que podem…”. O verbo “poder” está relacionado a competência/preparo, mas também a permissão interna para entrar em ação, ou seja, suas crenças – aquilo que eu acredito sobre o meu trabalho ou sobre a minha capacidade de realizar determinada tarefa. Se uma pessoa acreditar que uma tarefa não é importante ou considerá-la chata, repetitiva, pouco estimulante e até mesmo, acreditar que não possui competência, naturalmente, não terá a permissão necessária para executá-la com maestria.
“… com aquilo que tem!”. O verbo “ter”, nesse caso, não está relacionado apenas a recursos materiais. É importante compreender que as pessoas precisam de recursos internos para empenharem todo o seu potencial. Estamos falando do real motivo que move as pessoas em busca dos seus objetivos, que muitos conhecem como motivação.
De forma simples, o que eu quero afirmar com esta frase é que as pessoas podem fazer muito com aquilo que tem e outras, apesar de fazerem o melhor que podem, não entregam o suficiente para atingirem os resultados esperados pela empresa. E mais importante do que compreender essa frase, é identificar o que sabota as pessoas, fazendo com que elas não se permitam e/ou não encontrem os recursos internos para verdadeiramente se engajarem com as suas responsabilidades.
Portanto, reflita: o que sabota o seu time? Permita-me compartilhar um pouco mais da minha experiência, lhe apresentando os principais sabotadores de desempenho que encontro nos profissionais:
– Estar no lugar errado: nada pior do que fazer diariamente algo que não tem a ver com a nossas aptidões, desejos e objetivos de vida. Uma pessoa sente-se realizada profissionalmente quando consegue colocar em prática o melhor das suas competências, ou seja, os seus pontos fortes e é reconhecida por isso, seja de forma racional ou emocional;
– Não participar das estratégias: as pessoas precisam sentir que fazem parte das decisões da empresa e que suas opiniões e críticas são ouvidas e levadas a sério. As pessoas não se envolverão com a execução, se não forem envolvidas na construção;
– Falta de perspectiva de carreira: se não há clareza sobre as possibilidades de crescimento profissional, o engajamento é prejudicado, pois as pessoas precisam sentir que estão evoluindo constantemente para que valha a pena dedicar-se ao máximo e permanecer engajada na empresa;
– Falta de propósito pessoal: uma pessoa nunca se comprometerá com nenhuma empresa se não for comprometida com ela mesma, se não tiver uma visão clara de futuro, um objetivo a ser alcançado.
Portanto, o líder que realmente desejar o engajamento do seu time, precisará proporcionar às pessoas a chance de crescimento e reconhecimento profissional. Além disso, deve ampliar a percepção daqueles que não foram instigados a pensarem no seu próprio futuro, ajudando-os a construir um real motivo para que valha a pena colocar todo o seu potencial em jogo.
Descubra e elimine os principais sabotadores da sua equipe, e construa com isso grandes resultados!
Sobre o autor:
Alexandre Prates é especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional. É também Master Coach, palestrante e autor do livro “A Reinvenção do Profissional – Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro” e da metodologia de coaching “Inteligência Potencial”.
site: www.institutoca.com.br