O site de recrutamento e seleção Monster, que chegou ao Brasil pela terceira vez em abril de 2011, com grande estardalhaço, está encerrando suas operações no Brasil. As empresas que contrataram os serviços da Monster já foram comunicadas do encerramento das atividades e os empregados do escritório local da empresa estão sendo dispensados. As dificuldades enfrentadas pela Monster estão relacionadas ao perfil do negócio de recrutamento e seleção no Brasil, que é único no mundo. Por aqui, os sites que cobram dos candidatos têm mais sucesso entre as empresas, muito embora apresentem baixo volume de currículos cadastrados e levem as empresas a disputar as mesmas pessoas.
Segundo Cezar Tegon, presidente da Elancers, empresa especializada em sistemas de recrutamento e seleção há mais de 12 anos no mercado, com mais de 5,5 milhões de profissionais cadastrados, as dificuldades encontradas pelas empresas para recrutar pessoas nos últimos anos se explicam exatamente pelo uso precário dos sistemas de recrutamento e seleção:
“Embora estejamos vivenciando um período de escassez de mão de obra, ainda é comum no mercado brasileiro as empresas postarem suas vagas em sites que cobram dos candidatos. Esses sites funcionam apenas como cadastros de vagas, têm baixíssima inteligência e dificultam o processo de seleção de um candidato, pois remetem o processo necessariamente à impressão de papel. No entanto, o que vemos no Brasil é que muitas empresas reclamam da falta de profissionais mas relutam contratar sistemas mais especializados que as ajudariam a resolver esse problema, o que explica a saída da Monster do Brasil. Se um profissional de finanças se recusasse a usar o sistema de gestão empresarial da empresa, ele provavelmente perderia o emprego. Mas na área de RH as empresas não se importam que os recrutadores utilizem os sistemas de recrutamento menos inteligentes que existem, apenas porque são gratuitos”, assinala Tegon.
Para Tegon, a crise de pessoal no Brasil está apenas no começo em função de fatos como a Copa 2014, as Olimpíadas 2016 e o pré-sal, atividades que demandam a contratação de pessoal. Mas, mesmo em um cenário como este, as empresas, de modo geral, não perceberam a importância de aprimorar seus processos de recrutamento e seleção:
“Muitas empresas terceirizaram as atividades de recrutamento e seleção, pagando por candidato contratado. Com isso, elas acreditam que resolveram seus problemas. No entanto, esse tipo de atividade acarreta, via de regra, uma contratação apressada, que vai se tornar uma demissão a curto prazo. Estudos recentes mostram que entre 15% e 25% dos profissionais contratados pelas empresas saem antes de completarem um ano e meio na organização. O que poucos enxergam é que esse tipo de contratação mal feita acarreta custos com turnover em uma espiral de gastos que só cresce ano a ano”, assinala Tegon.
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Beatriz Bortoletto
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e-Press Comunicação
Boa tarde, Achei o seu artigo interessantíssimo. As empresas brasileiras efetivamente recorrem somente a sites que cobram aos candidatos? Qual seria o melhor site? Ou a necessidade por profissionais não é tão grande como se quer fazer acreditar? E deseja-se manter uma base de profissionais na expectativa com poucas possibilidades de fecharem contrato? Tentei ver se tinha conta no linkedin para pedir a conexão e trocar umas idéias, mas constatei que não tem…qual é melhor altura para lhe ligar? Grato