Muito se fala, desde quando a globalização possibilitou o acesso por todos, a diferentes tipos de produtos em condições mais favoráveis, que a vantagem competitiva das empresas estaria nos indivíduos que delas fazem parte. Além de manter a sustentação, seriam eles, através do bom desempenho e principalmente da inovação, que seriam capazes de trazer a vantagem em relação ao concorrente.
Peter Drucker, o ícone da administração, foi precursor dessa linha de pensamento, ao afirmar: “A competitividade das empresas está na soma das competitividades individuais das pessoas que compõem seus quadros”.
A questão é: Como fazer com que os indivíduos sejam competitivos a ponto de responderem com altos índices de desempenho e inovação, capazes de representar reais diferenciais para as organizações?
O segredo está na capacidade de extrair o melhor de cada um, primeiramente desenvolvendo o seu potencial latente, transformando-o em competência.
Sob essa afirmativa, os supervisores e gestores possuem um papel fundamental. São eles que tocam o dia-a-dia com suas equipes e de acordo com suas habilidades de liderança e gestão, as pessoas serão influenciadas a obterem desempenho superior. Cabe frisar que desempenho é o resultado da ação intencional decorrente da aplicação de competências.
Para melhor entender o importante papel dos líderes/gestores, a questão é que cabe principalmente a eles, a observação do desenvolvimento, dos agentes motivadores e das expectativas individuais, alinhando-as às necessidades da organização.
Sabemos que motivação pode ser simplesmente traduzida como motivos para agir. A partir desse pressuposto, podemos afirmar que os indivíduos são compelidos a agir de acordo com seus motivos internos, influência externa e ambiente.
Sem pormenorizar as principais teorias defendidas por Maslow, ou Hersberg, podemos dizer resumidamente que as pessoas agem porque querem satisfazer suas necessidades e objetivos, buscam, ou esperam algo.
Quanto às expectativas, via de regra, os indivíduos maduros esperam das empresas:
- Justiça salarial interna e externa
- Benefícios suficientes para que não provoquem insatisfação pela ausência
- Transparência e comunicação eficiente
- Possibilidade de evolução profissional
- Boa liderança
- Bom ambiente de trabalho
- Segurança
- Desafios e metas
- Respeito
- Valorização e reconhecimento
Embora o assunto não encerre apenas nessas questões, pois teríamos de falar muito particularmente sobre a gestão de desempenho, os aspectos abordados, se bem observados, são uma fonte inesgotável de pressupostos para angariar o comprometimento, gerar confiança, administrar conflitos e facilitar as negociações individuais e coletivas. Se observados com atenção, respeitada a singularidade de cada organização, o gestor de pessoas, juntamente com os principais líderes da organização, poderão definir estratégias de alinhamento mais eficazes de acordo com o planejamento da empresa, e consequentemente obter melhores resultados.
Sobre o autor:
João Ricardo Freitas de Andrade, atua a 18 anos na área de RH; é administrador, pós-graduado em gestão estratégica empresarial, assessor na área de gestão de pessoas, da empresa: WEB FOLHA – Administração de Depto Pessoal e Folha de Pagamento de Terceiros.