Em tempos de crise a impressão é que tudo para e entra em modo de espera, ou, se não para, foge ao controle. Crenças são questionadas e a fé, até então inabalável, muitas vezes não é suficiente para sustentar o bom ânimo.
A grande maioria, influenciada por um senso coletivo, sofre a emoção do que se imagina não ter saída e entrega-se à agonia paralisante, distanciando-se da ação produtiva.
Mas, toda dinâmica apresenta prós e contras e é necessário o entendimento de que nem tudo pode ser controlado. Aliás, o que, de fato, pode ser controlado são as próprias reações diante dos eventos.
Osho dizia que “tempos de crise são perigosos para aqueles que não têm coragem de explorar novas dimensões da vida”.
Gerenciar uma crise não é fácil, mas, o modo como a situação é percebida faz toda a diferença. Na condição de que tudo responde ao apelo da ressonância, se a decisão é encarar a realidade pelo viés negativo, a resposta virá na mesma condição.
Questionamentos vitimados somados a justificativas cabalísticas induzem a comportamentos passivos e tornam o indivíduo refém ao invés de protagonista da sua história. Se o foco é o problema como enxergar a solução?
É certo que numa crise os recursos tornam-se escassos e muitas vezes mudam de mãos, mas, não significa que desapareçam. E enquanto alguns escolhem vivenciar o peso do momento, outros se recusam a ceder ao desânimo, esforçando-se para driblar as dificuldades e tirar vantagem da situação.
Momentos difíceis requerem um nível de consciência diferenciado para que as situações sejam avaliadas sob outras perspectivas e revelem novas direções. Mas, também oferecem grandes possibilidades de aprendizado, permitindo que os mais determinados desenvolvam a autogestão e habilidades valorosas de superação.
Mudar pensamentos e o modo de agir é difícil, pois existe uma resistência natural à mudança. Contudo, parte do sucesso baseia-se na forma de rever estratégias e nutrir atitudes positivas que ajudem a encontrar saídas alternativas, através de uma percepção mais apurada de si mesmos e de como conduzir suas carreiras.
Em tempos de crise é essencial ter um critério objetivo alinhado ao propósito, pois, o objetivo apenas não motiva, mas, a fidelidade ao propósito, sim. A motivação para superar as dificuldades surge quando o objetivo a ser conquistado tem a medida do sonho de realização de cada um. É preciso haver um sentido que justifique o empenho e legitime a direção.
E, claro, ter o entendimento de que todas as ações levam um tempo para maturar e render frutos, mas se o melhor de si for dado o retorno virá como consequência. Aqueles que têm clareza da direção e jogo de cintura para ousar novos caminhos e souberem aguardar o momento certo de agir levarão vantagem.
Portanto, o melhor a ser feito é: no entendimento que toda escolha traz consequências, parar de jogar contra, arregaçar as mangas, e mostrar ao que veio, pois a natureza comprova que não são os mais fortes, mas, sim, os mais determinados e resilientes que sobrevivem em tempos inóspitos.
Sobre a autora:
Waleska Farias Coach e Consultora de Gestão de Carreira e Imagem: desenvolve treinamentos, workshops, palestras e cursos de formação de valores e padrões de conduta, com foco nos aspectos comportamentais das relações humanas, através da abordagem de conceitos essenciais, no que tange ao desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, que agreguem valor e contribuam para a criação de um diferencial competitivo no processo de construção de carreira e formação de imagem. Pós-graduada em teoria psicanalítica (UVA). Graduada em comunicação social com especialização em relações públicas e marketing. Formação em Coaching Integrado pelo ICI Integrated Coaching Institute, Mater Avatar® Internacional, Programação Neurolinguística (INAP). Diretora do Núcleo de Formação Comportamental do Instituto Diamante; Consultora Convidada da FGV/MMURAD. Colunista da Seção de Carreira & Imagem nos jornais e revistas: Revista da ESPM, Revista Versatille, A Gazeta, Estado de Minas, Correio Braziliense, Diário de Pernambuco, Folha de Londrina, O Imparcial, O Popular.