Casa Comigo?

Gustavo Rocha
Gustavo Rocha

Sempre que pensamos em casamento parece aquele clichê: Vestido branco, noivo feito pinguim e a marcha nupcial.

Apesar de belo e necessário, não é apenas isto o casamento. Casar, significa amadurecer, crescer, viver junto com outra pessoa.

Esta outra pessoa foi criada de forma diferente, com família diferente e na maioria das vezes valores também diferentes dos seus.

Ou seja, paciência, amor, dedicação são basilares para dar certo.

E como isto funciona no universo empresarial?

Deveria funcionar como funciona para as pessoas.

Quando alguém contrata você é como se tivesse um contrato de casamento, um contrato de fidelidade, um contrato de união e de resultado.

Resultado?

Sim, ter resultado não quer dizer apenas vencer. Quer dizer saber sempre o que está acontecendo, saber que foi feito o melhor, saber que durante todos os momentos você pode contar um com o outro.

O cliente pode contar com você? Aliás, o cliente consegue falar com você?

Mesmo sabendo que não podemos atender a todos, o seu negócio tem canais de atendimento adequado aos clientes?

Você sabia que a falta de comunicação é um dos principais motivos de divórcio em casamentos e de clientes e empresas?

Leia estas promessas de casamento da Martha Medeiros:

Promessas de Casamento

Martha Medeiros

Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento a igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre. “Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?” Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:

– Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?

– Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?

– Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?

– Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela? – Promete se deixar conhecer?

– Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?

– Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?

– Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?

– Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?

– Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja? Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.

Algumas promessas empresariais:

Você promete que não vai mudar os valores da sua empresa e deixar perder a sua identidade?

Estarás ao lado do cliente na derrota, dizendo exatamente o que se passou e vendo como minimizar prejuízos?

Promete que vai estar ao lado do seu cliente e da causa dele, respeitando suas decisões, mesmo que erradas para o deslinde do feito?

Você responde como quando o cliente chega e quer te contratar?

O cliente diz: Casa comigo?

E você?

Diz, sim, até que o contrato acabe.

Ou diz: Sim, até que o seu dinheiro acabe.

Ou ainda: Sim, até que você se esqueça do porque está comigo e procure outro.

Case, ame, viva e amadureça com seu cliente. Divórcio? Sim, mas só em último caso. Lembre-se antes de procurar a alternativa mais fácil (fugir) devemos tentar consertar as relações, inclusive profissionais.

Sobre o autor:

Gustavo Rocha: Advogado Pós-Graduado em Direito Empresarial com mais de 10 anos de vivência no âmbito jurídico. Atuou como gerente de escritórios de advocacia por mais de 4 anos. Experiência nos estados do RS, SC, PR e SP. Presta exclusivamente consultoria nas áreas de gestão, tecnologia e qualidade para escritórios de advocacia, mantendo sua OAB atualizada como ferramenta de luta nos interesses da classe junto a OAB e Tribunais, através das comissões da OAB. Possui publicação em livro pela OAB/SC no livro OAB em Movimento, OAB editora, além de diversos artigos publicados em revistas e periódicos físicos e eletrônicos. Atua também como palestrante em diversos eventos nacionais e ministra treinamentos in company de gestão e tecnologia.

site: www.gestao.adv.br

e-mail: gustavo@gestao.adv.br

Compartilhar Este Post

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.