Aplicativo do Facebook para Vagas é Mais do Mesmo

São Paulo – A despeito de toda a modernidade das redes sociais, o aplicativo Social Jobs Partnership, lançado pelo Facebook, muda pouco o modo como a maioria das empresas buscam candidatos. Integrando algumas ferramentas de publicação de vagas como Branch Out, Monster e WorkForLabs, o aplicativo lista vagas que se encaixam em uma pesquisa à base de palavras chaves e redireciona o candidato ao site da empresa que publicou a vaga, inclusive as agências de intermediação de emprego. Segundo Cezar Tegon, Presidente da Elancers, empresa especializada em sistemas de recrutamento e seleção, a iniciativa ajuda pouco as empresas, pois:

Cezar Tegon, Presidente da Elancers
Cezar Tegon, Presidente da Elancers

“A maioria dos sites de vagas cria bases de currículos genéricas, que são acessadas por empresas. Em alguns casos, as empresas pagam pelas pesquisas. Em outros, os candidatos pagam para inserir currículos. Esta última opção é bem antiquada e parece sobreviver apenas no Brasil. Ainda assim, são sistemas pouco inteligentes, que listam vagas e candidatos em bases de currículos que não são exclusivas e, portanto, servem milhares e milhares de outras empresas”, explica Tegon.

Em um mundo cada vez mais segmentado, inclusive por ação de ferramentas como o Facebook, as empresas que estão inovando em recrutamento e seleção estão construindo bases próprias de currículos, usando, inclusive, a força da marca para atrair candidatos. Segundo Ricardo Motta, Diretor de RH da UAB Motors, uma rede com mais de 30 concessionárias de veículos com marcas como Toyota, Honda, Land Rover, Renault, entre outras, a criação de uma base de currículos exclusiva da empresa ajuda a lidar com as necessidades constantes de recrutamento:

“Atraímos candidatos para nossa base exclusiva tanto por nosso site quanto por nossa página no Facebook, por meio de um aplicativo desenvolvido pela Elancers exclusivamente com essa finalidade. Isso ajuda a tornar mais ágil e qualificada a busca por profissionais, pois muitos candidatos se inscreveram porque têm interesse em atuar na nossa empresa. Se fossemos buscar candidatos em bases comuns, estaríamos disputando essas pessoas com muitas outras empresas, o que não faz sentido algum”, assinala Motta.

Job Post – Segundo Tegon, sites como Linkedin e o aplicativo do Facebook funcionam como sistemas de postagem de vagas:

“Em muitos casos, os currículos recebidos por esses sistemas acabam se tornando papel, ou seja, são impressos para análise posterior pela área de RH. Mas como fazer se a empresa recebe 200, 300 ou 1.000 currículos? É por isso que vem crescendo o número de empresas que passaram a desenvolver bases próprias de currículos articuladas em sistemas inteligentes de recrutamento e seleção, que permitem a filtragem dos dados e a análise somente daqueles candidatos que atendem os requisitos da vaga. No sistema convencional, as áreas de RH se limitam a analisar os currículos dos 10, 20 ou 100 primeiros candidatos “sortudos”, ignorando os demais”, assinala Tegon.

Para Tegon, o aplicativo do Facebook repete os mesmos vícios de muitas outras ferramentas de postagem de vagas, pois ajuda apenas a divulgar a vaga, mas não cria as ações necessárias para o tratamento dos currículos que são enviados:

“Por incrível que pareça, ainda encontramos áreas de RH que passam 80% do seu tempo analisando currículos, entrevistando candidatos e promovendo testes de perfil ou competências tudo de maneira artesanal. O fato é que já existe tecnologia para simplificar estas atividades, mas o que notamos é que até mesmo sistemas como o Facebook, que investiram muito em segmentação de publicidade, por exemplo, se comportam de modo muito antiquado quando o assunto é vagas e candidatos”, alerta Tegon.

Mais informações

Beatriz Bortoletto

11 2691 4365

beatriz@epress.com.br

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