Colaborar, compartilhar e engajar, as novas regras da boa comunicação

Juliana Albanez
Juliana Albanez

Dias atrás tive a oportunidade de participar de um talkshow sobre comunicação, seus caminhos, transformações e futuro. Isso me fez pensar em como a relação das pessoas com a comunicação é curiosa.

Algumas pessoas lidam muito bem com a forma de se expressarem no mundo. Outras, nem tanto. Existe aí o tempero do estilo, da personalidade de cada um que interfere diretamente na entrega da mensagem, e isso facilita ou não uma conexão. Entender esse processo não é tarefa fácil no mundo de hoje, onde a comunicação tem mudado a olhos vistos e numa rapidez nunca antes vista.

Esse é o meu papel, minha missão, entender a comunicação e ajudar pessoas a entregar seu melhor através da maneira que se expõem ao mundo. E uma das frases que mais ouço em palestras ou treinamentos é: “Eu falo bem, mas não vendo o que gostaria” ou “Eu me acho bom comunicador, mas sinto que não tenho minha equipe comigo”. E por que isso acontece com tanta frequência? Por que muitas vezes não conseguimos identificar onde erramos?

Viemos de uma estrutura de comunicação bem diferente. A comunicação chega a nós como um “fardo”. Se você já perdeu alguma prova na escola sabe bem que o “castigo” era fazer prova oral, como penalização. O momento de exposição, de julgamento social sempre foi alerta de pânico para muita gente. E é claro que hoje os problemas são outros para você empreendedor, vendedor, profissional liberal ou estudante. Mas a comunicação, a forma como você se expressa e como você é percebido, sempre está lá, na raiz de vários outros problemas. E por que isso acontece? Por que falar bem não basta.

Vivemos em outra realidade. Paredes foram derrubadas, setores unificados, pessoas trabalham em casa e talvez você possa trabalhar em uma empresa de jeans, tênis e camiseta. Isso influenciou a comunicação, que já não é tão hierarquizada, tão formal, ou como era no passado quando uma conversa com seu chefe tinha ares de cerimônia com a rainha da Inglaterra. Hoje o cenário é o oposto, relações mais próximas, dinâmicas, mas muitas vezes pecam no principal: o resultado. Ou seja, apesar de uma comunicação moderna, não entregam de fato o que dizem entregar (e o cliente não espera).

E aí entra a questão: outros elementos hoje são fundamentais para a comunicação que agrega. Colaborar e compartilhar, que muitas vezes significa oferecer soluções que nada dizem respeito a sua função. É estar disponível, é pensar e propor ideias novas e fazer junto. Isso é colaborar. Engana-se quem pensa que segurar conhecimento e informações para ganhar status é sinônimo de sucesso. Ou aquele que faz questão de falar de forma muito elaborada para parecer intelectual, está conquistando sua audiência. Hoje falar bem é ser entendido, mas mais do que isso, é compartilhar o que sabe e colaborar com seu meio. Quem doa mais, recebe mais.

E para que tudo isso? Para que essa forma mais participativa de se comunicar? Para assim, você conquistar o engajamento. Melhorar o diálogo nas organizações, essa é a chave! Acabou a era da informação, hoje o que buscamos é o engajamento. E aí você terá respeito (porque você colabora), confiança (porque compartilha) e principalmente fluxo, mão dupla (porque você engaja). Esse é o equilíbrio do foco nas pessoas, sem esquecer-se do negócio, do resultado. Entender que o mundo tem mudado rapidamente e que todos nós construímos essa comunicação colaborativa todos os dias pode ajudar e isso pode começar agora. Amanhã, em sua reunião, ao invés de se preocupar em falar bem, que tal abrir espaço para colaborar, compartilhar e engajar?

Sobre a Autora:

Juliana Albanez é Personal & Professional Coach, palestrante e jornalista. Especialista em Comportamento, Liderança Feminina, Gestão Pública e Comunicação, Juliana já levou suas palestras, treinamentos e sessões de coaching para milhares de pessoas no Brasil inteiro. Suas apresentações já lhe renderam os mais positivos feedbacks, principalmente de pessoas que deram a volta por cima em suas vidas e carreiras, graças aos seus conceitos e ensinamentos.

Site: www.julianaalbanez.com.br

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