Como criar e estabelecer competências para ser um profissional pronto para os desafios da pós-modernidade
O sociólogo Zigmunt Bauman chama a era na qual vivemos de modernidade líquida, já que atualmente as relações de trabalho, as relações amorosas, as afinidades políticas, as condições econômicas e até os valores humanos podem mudar de um momento para o outro.
Deixamos de ter a solidez, a consistência e a estabilidade, tão caras ao século passado. Esta nova modernidade justifica o receio constante de perdas, já que tudo muda ou pode mudar rapidamente.
Com o que contar num mundo tão volátil? Se os fatores externos não oferecem garantias, quais fatores internos favorecem nosso sucesso e felicidade?
Comecemos com a criatividade. Num mundo que valoriza muito mais a inovação do que a tradição, aumenta a demanda por profissionais que podem trazer algo novo às empresas, sem falar no sucesso de tantos empreendedores que tiveram suas ideias como ponto de partida.
E a criatividade não se limita à geração de ideias. É preciso ser criativo para solucionar problemas, aceitar e administrar mudanças e até para conseguir com que pessoas adotem ideias ou valorizem produtos e serviços.
Ainda assim, é preciso estar pronto para lidar com os percalços pelo caminho. Mesmo depois das decisões tomadas, do planejamento realizado o mundo e o mercado podem reservar muitas surpresas. Com uma mente aberta, o que antes era visto como erro pode se tornar oportunidade.
De fato, a criatividade envolve desde o famoso jogo de cintura até a capacidade de tecer utopias e mudar o mundo. E não precisa ser vista como algo complexo: é meramente a capacidade de recombinar o conhecimento de uma forma nova.
Além da criatividade, é preciso saber colaborar. A colaboração demanda, além da real vontade de atuar coletivamente, a curiosidade para aprender com os outros.
Requer também a capacidade de aceitação. Afinal, a certeza com relação ao próprio conhecimento pode impedir pessoas de aceitar outros pontos de vista.
Pessoas colaborativas aceitam e apreciam que “quem conte um conto aumente um ponto” pois reconhecem que a riqueza se encontra justamente no acréscimo
Colaboração demanda habilidade para ouvir, negociar, discutir sobre como uma ideia pode ser complementar à outra em busca do objetivo final, sem que os egos sejam atingidos, ou que as pessoas sejam diminuídas.
A capacidade de contribuir é tão importante que a reputação se tornou um dos bens mais preciosos de nossa era. Hoje, é a reputação que guia pessoas, empresas e negócios.
Por exemplo, o que se sabe vale tanto quanto quem se conhece. Sabendo colaborar e estando cercado de pessoas ávidas para contribuir, nosso conhecimento é infinito.
Finalmente, chegamos na consciência. Não basta apenas fazer o trabalho, é preciso pensar nas consequências, pensar nas outras pessoas envolvidas e pensar em sustentabilidade.
As pessoas nascem criativas, cooperativas e conscientes? Eu diria que sim, embora o potencial para cada uma dessas competências seja diversificado.
A permissão e o estímulo para o desenvolvimento dessas habilidades capacitará as pessoas a construírem vidas bem sucedidas e harmoniosas.
Sobre a autora:
Gisela Kassoy é especialista em Criatividade e Inovação, facilita grupos de geração e avaliação de ideias, realiza seminários e palestras e dá consultoria para programas de ideias e adoção de ambientes virtuais. Realizou trabalhos em quase todo o país e nos EUA, Europa e América Latina. Graduada em Comunicações pela FAAP/SP, fez sua formação específica na Universidade de Nova York em Buffalo, no Centro de Liderança Criativa da Carolina do Norte e na Escola de Gerentes do MIT. É Psicodramatista com Formações em Dinâmica de Grupos, Grupos Operativos e Design Thinking.
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e-mail: gisela@giselakassoy.com.br