O sonho de formar uma equipe de trabalho engajada e aliada aos objetivos da organização, que lute pela atingimento de metas, passa por democratizar as informações internas. As empresas, em geral, trabalham mal essa questão, muitas vezes alegando dúvida sobre os efeitos da divulgação de certos fatos, objetivos, planos, e mesmo dos simples caminhos a serem traçados.
Ocorre que o trabalhador, homem ou mulher, não é máquina. É o ser humano integral, que pensa e age conforme suas convicções. E para formar suas convicções precisa estar bem informado do que acontece, da história e objetivos da organização, fragilidades e forças inerentes à empresa que o contrata.
Cada vez mais precisamos de gente integrada e atenta, que dê idéias e sugestões de melhorias aplicáveis ao ambiente de trabalho. Isso em todos os níveis, do porteiro ao diretor geral. E como vamos criar e manter esse clima interno se não trabalharmos bem as “notícias” da empresa, não divulgarmos seus fatos e atos, suas vitórias, suas dificuldades e os mecanismos para superá-las?
O brasileiro em geral é verbal. Gosta de ouvir a notícia contada por alguém. Por isso dizemos sempre que não há mural nenhum que substitua a voz de um líder bem informado que recebe os dados com exclusividade, discute rápida e previamente com o órgão emissor (pode ser o RH), e assim se habilita a transmitir a notícia, que também vai afixada nos quadros de avisos.
Assim, algumas empresas vão além de painéis nas áreas de lazer e refeição, e trabalham as linhas de comando para serem bons porta-vozes, e ainda oferecem outros mecanismos de divulgação como a comunicação por e-mails, intranet, rádio interna, tv interna, som nos ônibus fretados, jornal da empresa, boletins periódicos e outras mídias alternativas.
Há também organizações que instituem o encontro com o presidente, ou o café com o presidente ou gerente geral, onde qualquer um pode conversar, perguntar, sugerir algo diretamente ao chefe maior. É a política de portas-abertas ajudando na transparência e, com isso, um ambiente possivelmente mais produtivo.
As pessoas querem se sentir parte integrante do “grande projeto”, mas muitas vezes não sabem direito nem qual é o seu verdadeiro papel. Sem envolver os colaboradores dentro dos projetos não iremos conseguir o comprometimento esperado. Reflitam e avaliem se as suas comunicações internas estão mais construindo que desintegrando.
Porque, a par disso, a notícia ou ruído existe e rola de qualquer forma, a “rádio-peão” retransmite, e depois ficamos maldizendo os efeitos do boato. Podemos usar antídotos.
Sobre o autor:
Celso Gagliardo é profissional de Recursos Humanos e Comunicações, graduado em Direito e especializado em Recursos Humanos, habilitado consultor de Pequenas e Médias Empresas. Prestou serviços como técnico, executivo e consultor em várias empresas nacionais. Foi redator de jornal, é palestrante e treinador. Fundador e membro de Grupos de Recursos Humanos (atual CEPRHA), e diretor da PH – Patrimônio Humano, Consultoria e Serviços. Atualmente é gestor corporativo de RH do Grupo Estrutural.
e-mail: gagliardo@vivax.com.br
Perfeita a reflexão e comentários. E com certeza podemos afirmar que o resultado não atingido,os problemas dentro de nossas empresa tem um VILÃO a Falha na COMUNICAÇÃO de nossos lideres. O poder de deixar comum o que se pretende derruba nossas intenções. Mas temos que avaliar e refletir a competência da Empresa e de suas pessoas de OUVIR. Como escreveu nosso saudoso Rubens Alves a “ESCUTATÓRIA”. Tenho um power point com este texto quem tiver interesse em conhecer é só solicitar pelo e-mail sueli@consultoriams.com.br . Ele coloca que tão importante que falar é ouvir. Celso obrigada pela oportunidade de podermos mais uma vez refletir sobre este Processo importante para nossas empresas e pessoas.
Penso que, dentro de uma organização, todas as formas de comunicação são válidas, mas a mais eficaz é a cara-a-cara, por isso a necessidade de termos/prepararmos bons porta-vozes.
Celso, parabéns pelo texto.
Execelente, as grandes mazelas das empresas realmente é a falta de comunicação. Como dizia nosso saldoso chacrinha “quem não se comunica se estrumbica”.