Coronavírus: Como os sistemas de gestão em Saúde e Segurança no Trabalho podem auxiliar empresas no isolamento vertical


Dr. Airton Kwitko
Dr. Airton Kwitko

Quarentena. Supressão. Achatar a curva. Isolamento (vertical ou horizontal).

Esses termos passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas nos últimos dias. Pela ameaça do COVID-19 em vários lugares do mundo adotaram-se estratégias para reduzir o contato social entre as pessoas.

A lógica dessa redução – isolamento – é a seguinte: se um indivíduo está infectado e fica em casa, não interagindo com outros, ele não transmite o vírus. Por outro lado, quem está saudável e se isola dos demais em seu lar reduz e muito o risco de pegar a doença. A esse isolamento denomina-se de horizontal, ou seja, tanto pessoas doentes como sadias estão nessa segregação.

Se não existisse algo denominado de “economia” tudo estaria bem adequado. Mas, se as pessoas não trabalham, tanto o infectado como o sadio, como fica a economia? Sem trabalho as empresas não produzem ou vendem e como vão dispor de dinheiro para pagar os salários de seus colaboradores e suas dívidas com fornecedores?

O medo das consequências de uma recessão pelo desemprego também produz sérios impactos na saúde.

Por isso passou-se a sugerir um caminho alternativo: o isolamento vertical.

Por esse isolam-se apenas pessoas do grupo de risco em adquirir a doença. Podem ser idosos, doentes crônicos, diabéticos, hipertensos, fumantes, etc.

Conversamos com o Dr. Airton Kwitko, Diretor de Inovações do Software SIGOWeb, um Sistema que proporciona gestão de SST, eSocial, GRO/PGR e gestão do FAP e que, disponibiliza aos seus clientes um relatório que possibilita identificar rapidamente pessoas do grupo de risco para que sejam isoladas apenas elas, o que caracteriza o Isolamento vertical, e que as Organizações pretendem adotar para retomar suas atividades normais.

Redação: Dr. Kwitko, pode nos contar detalhes a respeito da necessidade que originou o desenvolvimento desse relatório?

Dr. Kwitko: Em algum momento será necessário detectar rapidamente pessoas que façam parte dos chamados “grupos de risco” diante da epidemia pelo Coronavírus.

São indivíduos que pela sua idade e/ou comorbidades estão mais sujeitos a, em caso da infecção viral, desenvolverem formas da doença mais graves, podendo chegar ao óbito.

Redação: Como se gera esse relatório?

Dr. Kwitko: Esse relatório no SIGOWeb possibilita em segundos a detecção dessas pessoas. Existem filtros que permitem identificar diversas condições que foram anteriormente apontadas em alguma ficha clínica, como por exemplo, diabetes, hipertensão arterial, tabagismo, problemas pulmonares.

Ainda se pode definir uma idade para que o Sistema busque pessoas a partir dela, como por exemplo, conhecer todos com mais de 55 anos e portadores de alguma comorbidade.

Redação: Também se pode detectar pessoas com alterações em exames laboratoriais? Aqueles que tem alguma vinculação com as doenças que podem ser observadas em indivíduos do grupo de risco?

Dr. Kwitko: Sim, é possível. Na mesma tela onde se gera o relatório das alterações detectadas nas fichas clínicas, se podem conhecer indivíduos que têm exames alterados para glicemia, triglicérides e colesterol total, HDL e LDL. Ainda aqueles que tem obesidade, hipertensão arterial, essas últimas condições detectadas por informações de antropometria em alguma ficha clínica.

Redação: Algumas outras considerações, Dr. Kwitko?

Dr. Kwitko: Desejo enfatizar que esse relatório é fornecido por um Software de gestão de SST. Até há algum tempo havia o conceito de que a saúde ocupacional e a saúde assistencial seriam coisas distintas. O que se desconsiderava é que ambas têm como fundamento o atendimento de um indivíduo que, circunstancialmente, é um trabalhador, mas sempre é um paciente.

O relatório que a SIGOWeb disponibiliza e que é utilizado para definir rapidamente quem é do grupo de risco diante do COVID 19 serve agora para que elas fiquem em isolamento vertical, o que poderá minimizar o risco de infecção, mas nos aponta que cada vez mais Softwares ditos “ocupacionais” precisam oferecer soluções de gestão para diversas outras situações que afligem as organizações, certamente menos dramáticas do que a epidemia que nos assola, mas que requerem igualmente atenção.

Me refiro por exemplo, ao rígido controle de afastamentos, para detectar pessoas que possam requerer uma atenção especial diante de eventual patologia, apontada por atestados de repetição e que sem controle, podem resultar em agravamentos, mais afastamentos, e finalmente um encaminhamento à Previdência. Ali poderão receber um Benefício Acidentário que impacta negativamente no FAP da Organização.

E aqui entramos em outro tema que é o FAP, eterno desconhecido mesmo que já tenha 11 anos de idade, mas isso poderá ser tema de outra conversa.


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