Como especialista em programas de benefícios corporativos eu posso afirmar que esta pergunta é uma das principais preocupações dos gestores de RH.
O que é necessário fazer para melhorar a percepção do grupo de colaboradores quanto ao pacote de benefícios oferecido pela empresa e torná-lo uma ferramenta de captação e retenção de talentos?
Quando saímos do circuito das grandes capitais podemos comprovar que o universo de empresas que oferecem pacotes de benefícios no Brasil é proporcionalmente inferior ao das empresas que não adotam estas práticas.
Diante desta realidade, por que então, é tão difícil divulgar o valor destes programas?
Gostaria de compartilhar algumas impressões bastante particulares:
1) Os programas de benefícios, na maioria das vezes, são estruturados tomando como base a experiência e a visão dos gestores e não as necessidades das empresas e seu grupo de colaboradores;
2) A opinião dos principais usuários do programa, nem sempre é levada em consideração;
3) O pacote oferecido, regras de utilização e modo de usar não costumam sofrer atualizações periódicas;
4) A empresa não utiliza todas as ferramentas de comunicação necessárias para divulgar, multiplicar, esclarecer e atualizar o programa;
5) Por falta de comunicação e clareza muitos benefícios não são usados em sua totalidade e acabam sendo esquecidos;
6) O grupo de usuários não é envolvido na gestão e não recebe nenhum tipo de indicador sobre a evolução dos números, impacto da utilização, ganhos, perdas, o que fazer, o que evitar etc.
7) A empresa não divulga de forma clara o impacto financeiro de cada produto no salário do colaborador e o quanto ele pagaria caso tivesse que subsidiar cada benefício concedido, como pessoa física em 100%.
8) A importância do benefício que está sendo oferecido e o impacto mesmo sobre o grupo familiar do colaborador nunca é explorada.
9) Por outro lado, os canais para reclamação e apresentação de demandas são amplamente divulgados o que muitas vezes fragiliza os programas.
10) As empresas não costumam realizar pesquisas, periódicas, junto a concorrência e usuários para medir o grau de sucesso dos programas.
Se ao analisar todas estas questões, você não encontrou nenhum ponto vulnerável que justifique a falta de valorização do seu programa de benefícios eu sugiro que você revise o seu plano de comunicação, talvez o segredo do sucesso pode estar escondido por trás de um programa tímido, desatualizado e sem força de marketing.
Eu costume dizer que mesmo um simples programa de benefícios pode ter um grande impacto se houver uma preocupação genuína da empresa durante a estruturação e divulgação do mesmo. As pessoas gostam de se sentir especiais, ouvidas e percebidas, sendo assim, a elaboração e manutenção de um programa arrojado deve passar por aí.
Muitas vezes o clima organizacional é tão ruim que todas as iniciativas da empresa são avaliadas de forma de negativa. Um bom clima interno favorece a comunicação, a valorização das iniciativas e o entendimento dos objetivos.
De nada adianta acreditar que se oferece o melhor quando o publico alvo, por razões diversas sente de outra forma.
Se eu pudesse sugerir quatro fatores importantes para o sucesso dos programas de benefícios eu diria: conhecimento profundo do grupo de colaboradores, clareza quanto aos objetivos da empresas e o momento do mercado, estratégia arrojada de comunicação e criatividade.
Desejo sucesso a todos vocês e me coloco a disposição.
Sobre a autora:
Débora Carrera Maia, é Diretora de Expansão, Novos Negócios e Qualidade de Vida da 4Health – Inteligência em Saúde e Benefícios e atua a 22 anos na área de Benefícios em RH.