Sempre que somos reprovados em um processo seletivo um mal-estar se instala. Será que fomos vítimas de algum tipo de preconceito por parte do entrevistador? Afinal, dificilmente achamos que nosso perfil não corresponde ao solicitado. Ao contrário, via de regra achamos que superamos as expectativas do avaliador. Porém, nunca sabemos ao certo o que ocorre no buraco negro de um processo de seleção.
Estatísticas recentes apontam para um Brasil com mais de 13 milhões de desempregados e, por consequência um número crescente e alarmante de pessoas inadimplentes. Neste panorama, falar de preconceito em entrevista de emprego parece uma coisa fora de propósito, porém um estudo recente com profissionais brasileiros revelou que metade deles teria sofrido algum tipo de discriminação em processos seletivos por motivo de idade, local de residência e raça.
A constatação de que no cotidiano das empresas o preconceito segue os mesmos caminhos trouxe incômodas reflexões, para os gestores e profissionais da área de Recursos Humanos. Afinal, a tal da Diversidade que tanto se prega não acontece de fato e as pessoas estão sofrendo as consequências disso no ambiente de trabalho, seja para ingressar, seja para desenvolver-se nele.
E nós, simples mortais, trabalhadores ou desempregados? O que podemos fazer com relação a isso? A conscientização é o primeiro passo. Será que eu não discrimino pessoas mais velhas no meu trabalho? Quando eu tenho uma vaga eu não dou preferência para quem mora perto? Pessoas de raça diferente da minha têm as mesmas oportunidades? O que penso sobre meu colega fora do peso? E sobre aquele que é praticante de uma religião diferente da minha?
Reflita sobre isso! Para que a mudança ocorra de fato, cada um de nós tem que ajudar a promove-la, e para isso, temos que acreditar!
A implementação da Diversidade nas organizações depende de aspectos complexos relacionados a cada um de nós. Avaliar o quanto nós mesmos discriminamos pessoas em nosso cotidiano pode ser um bom começo! Será que você não dá preferência para o candidato que fez a mesma escola que a sua? Você já convidou aquele colega transgênero para almoçar com você? Como é seu relacionamento com pessoas totalmente diferentes de você?
Sobre a Autora:
Fran Winandy é Psicóloga com MBA em RH e Mestrado em Gestão Humana e Social nas Organizações. Com 30 anos de experiência na área de RH, é sócia de Consultoria, professora de Pós Graduação e especialista no tema Diversidade Etária.