Mesmo com todo acesso à informação, muitas empresas mantém o conceito “biológico” da liderança: o líder é a “cabeça”, e seus comandados, o ”corpo”. Nessa teoria, acredita-se que, ao se cortar a cabeça, ou o corpo morre ou andará a esmo, sem qualquer destino.
Em outras empresas ainda vigora o conceito da carroça. Nelas, caso você não seja o cavalo da frente, a única paisagem a que terá direito será a traseira de outro cavalo. Uma visão, convenhamos, nada agradável.
Na era da informação, o colaborador que insiste em ser apenas um número, realizando tarefas repetitivas, está fadado à exclusão. E o líder que espera isso também. Todos, independente da área em que atuam, precisam sustentar-se no conhecimento e buscar habilidades específicas, conscientes de que elas estão sujeitas de forma contínua à mudança.
Do lado da empresa, é preciso reconhecer os colaboradores como elementos pensantes, portadores de inteligências múltiplas e desejosos em estabelecer conexões efetivas com a empresa em que trabalham.
Compreender essas conexões tem ajudado muitos profissionais de RH a evitar, entre os colaboradores, o desejo de troca de um emprego de seis por outro de meia dúzia. Um hábito que muitos profissionais ainda fazem, sempre na esperança de encontrar, na empresa de meia dúzia, o ambiente de reconhecimento e a satisfação que faltou na empresa anterior, a de seis.
Muitas das organizações que hoje se destacam aprenderam a distribuir o poder. Se antes o poder coroava uma única cabeça, hoje ele se divide entre aqueles que também representam as mãos da organização. Um poder que sempre vem acompanhado de uma alta conta de cobrança e de responsabilidade. Conta que o colaborador não se importa em pagar, já que é recompensado por isso.
E é neste cenário que surge o novo líder: aquele que vem de baixo. O hábito de perceber a liderança relacionada apenas a um cargo criou uma grande miopia em muitas empresas, que sofrem para se adaptar às mudanças. Um desafio que muitos departamentos de RH estão contornando com muita eficiência, através de programas que integram líder e equipe, novatos e experientes, departamentos e funções.
O mundo, hoje, funciona em rede. As empresas e suas estruturas tendem a reproduzir essa nova ordem. Medir o poder e a influência do profissional pelo cargo que ele ocupa passou a ser uma forma tosca de avaliação, incapaz de traduzir o principal: o alinhamento entre os corações e as mentes dos colaboradores.
Sobre o autor:
Eduardo Zugaib: é escritor, profissional de comunicação e marketing, professor de pós graduação, palestrante motivacional e comportamental. Ministra treinamento nas áreas de Desenvolvimento Humano e Performance Organizacional.
site: www.eduardozugaib.com.br