Quando estudei os aborígines australianos, uma coisa sempre me chamou a atenção: quando algum membro da tribo fazia alguma coisa excepcional, os chefes elogiavam mais o esforço que aquela pessoa tinha feito do que o resultado por ela alcançado. As palavras sempre eram de reforço e encorajamento pela dedicação, pelo comprometimento. Os aborígines sempre acreditaram que o produto final de uma ação é sempre resultado de um esforço e que o que deveria ser elogiado e reforçado era, portanto, o esforço e não só resultado final.
Presenciei isso com pais em relação a seus filhos. Lembro-me de um pequeno aborígine que tinha excelente domínio ao lançar um bumerangue e o quanto seus pais o incentivavam a melhorar a cada dia, elogiando a sua determinação em treinar muitas horas.
Vejo que em nossa sociedade, premiamos mais o resultado que o esforço. Premiamos a nota 10 e o campeão de vendas pelo volume e pelo faturamento. Poucas vezes levamos em consideração o esforço, o comprometimento, a dedicação. Somos uma sociedade de resultados, muitas vezes, fazendo vista grossa para a forma como aquele resultado foi conseguido. Conheço pais que premiam seus filhos pela nota máxima em uma prova sem atentar para o fato de que aquela nota foi conseguida através do uso de uma “cola” ou “fila” como se diz no Brasil, ou seja por meios ilícitos e não éticos. Jorge Rio Cardoso, da Universidade de Lisboa, diz enfaticamente que “se a nota de seu filho não for a esperada, elogie o esforço’ para que ele se sinta motivado a vencer desafios.
Pesquisas modernas como as da Professora Carol S. Dweck da Universidade de Stanford, EUA, atestam claramente que o sucesso não é mérito da inteligência e sim do esforço e alerta em seus livros e artigos que os pais, líderes e educadores devem premiar o esforço para que a pessoa sinta prazer em aprender, em questionar e em se auto desafiar. São, portanto, muitos os autores contemporâneos que afirmam que devemos elogiar e premiar mais o esforço do que o resultado, aquilo que aprendi entre os aborígines há muitos anos.
Assim, antes de dizer a um filho ou liderado que ele “é” um sucesso, “é” brilhante, pense em dar a essa pessoa os parabéns pela sua capacidade em se esforçar, se comprometer, se dedicar, fazendo com que o sucesso ocorra. Da mesma forma, ao cumprimentar um campeão de vendas ou um filho que tenha passado em uma prova difícil, diga do orgulho que sente em ver sua capacidade de resistir a pressões, de vencer obstáculos e vencer.
Pense nisso. Sucesso!
Sobre o Autor:
Prof. Luiz Marins: Antropólogo, professor e consultor de empresas no Brasil e no exterior, o Prof. Marins tem 25 livros (também disponível em vários países da América Latina e Europa) e mais de 300 vídeos e DVDs publicados; Empresário de sucesso nos ramos de agronegócio, educação, comunicação e marketing. Seus programas de televisão estão entre os líderes de audiência no Brasil. Segundo a imprensa especializada e consultorias, o Prof. Marins está entre os mais requisitados palestrantes do país.
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