A falta de empatia é notada, nos dias atuais, por todos os cantos. A falência moral, no qual nossa sociedade está profundamente mergulhada, gera consequências danosas naquilo que se convencionou denominar de Ser Integral (espiritual-emocional-físico). As pessoas estão cada vez mais mentalmente e emocionalmente doentes (perdidas, desorientadas, desmotivadas, frustradas, alienadas, cansadas). E isso tem gerado demonstrações de ódio, de raiva, de vingança, de desprezo, de indiferença, seja no ambiente privado, como, consequentemente, no ambiente empresarial. O que mais tenho escutado nos últimos 24 meses são reclamações quando a traições, maledicências, fraudes, corrupções, desvios e golpes o que, naturalmente, impacta na produtividade, no clima organizacional e por tabela no resultado financeiro. A não compreensão do real significado da vida alimenta atitudes de julgamento, crítica, rotulação, pré-conceito, descriminação das mais diversas. Infelizmente, em muitos casos, o problema já tem início pela porta de entrada das empresas, ou seja, os RHs, com profissionais totalmente despreparados e prepotentes para lhe dar com a diversidade humana. Chega a ser hilário estarmos vivenciando uma comoção global pelo respeito à diversidade de raça, credo, opção sexual, cor, quando continuamos com uma profunda escuridão encobrindo o interior de grande parte das pessoas. O EU REAL x O EU IDEAL em conflito. As exigências das pressões sociais vs como deveríamos ser, nos comportar, nos relacionar. Estamos muito longe de sermos verdadeiros, respeitosos e fraternos. Não adianta campanhas alimentadas por um marketing ilusório de EMPRESA HUMANA se a grande parte de seus componentes está longe de serem humanos inundados por comportamentos orgulhosos, vaidosos, soberbos, arrogantes, egóicos. Enquanto continuarmos a sermos atropelados por mentiras e mais mentiras disfarçadas por modismos que nos empurram para o atropelo e auto-sobotagem de nós mesmos pela pressa, dificilmente conseguiremos atingir o nível de empatia ideal, que conduziria os seres humanos a relacionamentos regados de compaixão, complementaridade e puro crescimento interior.
O texto visa provocar uma reflexão sobre a crescente onda de hipocrisia dentro das empresas, massacrando cada vez mais os profissionais, que, antes de qualquer coisa, são gente como a gente. E o papel do RH, muitas vezes omisso e conivente com todo este espetáculo dantesco. Trabalhar a empatia se faz urgente, em um mundo de vertiginosa falência moral.
Sobre o Autor:
JÚLIO CORREIA NETO – Contador e Business Coach com especializações nas áreas de negócios, liderança, empreendedorismo e humanas. Experiência em posições de liderança em empresas nacionais e multinacionais, tendo conduzido processos críticos de gestão compartilhada de mudança organizacional, utilizando metodologia que integra aspectos técnicos e humanos para atingir os resultados de forma rápida e consistente.
E-mail: juliocorreianeto@hotmail.com