O Que Caracteriza a Era da Turbulência Econômica? De Que Forma o RH Pode Contribuir Para Vencer a Crise? Que Ações Podem Ser Implementadas para Superar a Turbulência?
Para muitos analistas econômicos a partir do final de 2008 a economia mundial ingressou em uma nova era: _ a “Era da Turbulência”. Para eles o mundo hoje está mais interconectado e muito mais dependente, pois a globalização e a tecnologia se conjugaram para gerar um novo nível de fragilidade.
Na verdade, os líderes empresariais sempre conviveram com algum nível de risco e incertezas, embora hoje a velocidade dessas mudanças e a magnitude dos choques sejam bem maiores que antes.
Diante disso, perguntamos: _ de que forma os empresários brasileiros lidam com a turbulência econômica?
Algumas organizações reagem às crises promovendo profundos cortes nos seus custos, renegociando contratos com fornecedores – em busca de preços mais baixos – e demitindo trabalhadores de forma generalizada.
Em épocas de baixa atividade econômica, muitas empresas brasileiras acabam cancelando novos projetos, demitindo novos funcionários e em conseqüência disso comprometem a motivação de seu pessoal.
Diante disso, muitos empresários acabam recorrendo aos executivos de Recursos Humanos a fim de tentarem minimizar os danos e manter o rumo. Mas, conseguir o máximo dos colaboradores nesse tipo de cenário pode parecer uma missão impossível, embora essa seja a oportunidade ideal para reconfigurar processos e consertar o que estiver errado.
Ser honesto e aberto na comunicação com os funcionários, recompensá-los de forma criativa e incentivá-los a participar das decisões mais difíceis – certamente – mantém a motivação do grupo e revigora as empresas a prosperarem no caos. Ações que podem ser implementadas pelo RH:
- Não Interrompa o Recrutamento: nas fases de lento crescimento é mais fácil conseguir tempo para o treinamento de novos funcionários e, além disso, é bom lembrar que os demitidos durante a recessão talvez tenham de ser admitidos nas fases de recuperação.
- Eleve os Padrões de Recrutamento: Durante os tempos difíceis muitas pessoas talentosas estarão disponíveis no mercado de trabalho e, conseqüentemente, a empresa não precisa fazer tantas concessões.
- Continue Conversando: Seja claro com seus funcionários, expondo-lhes a real situação financeira da organização, pois geralmente eles aceitam cortes de pessoal quando compreendem melhor a realidade econômica da empresa.
- Aglutine Sua Equipe Para Consertar o Que Estiver Errado: Em geral, os executivos definem a estratégia a ser seguida e deixam-na fluir de cima para baixo. Porém, essa abordagem às vezes não mobiliza os funcionários em torno dos objetivos comuns. Dessa forma, as organizações precisam movimentar seus empregados na tentativa de identificar onde e como cortar custos. Sendo assim, identifique os colaboradores que mais influenciam pessoas nas suas áreas de atuação e difunda o espírito de mudanças. Esses são os funcionários que sabem como as coisas realmente funcionam e, certamente, têm um “jeito especial” para reunir os empregados certos para fazer a “coisa” acontecer.
- Continue Treinando Seu Pessoal: Durante os períodos recessivos os colaboradores precisam de novos conhecimentos, outras habilidades e, além disso, o treinamento aumenta a motivação das pessoas.
A implementação desses comportamentos estratégicos criará novas culturas em que todos estarão mais sintonizados com o ambiente e, certamente, passarão a dispor de ferramentas para saberem lidar com o futuro incerto, a fim de proteger a organização das ameaças do ambiente de turbulência econômica.
Sobre o autor:
Julio Cesar S. Santos: Professor, Consultor, Palestrante e Co-Autor do Livro: “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados”. Graduado em Administração com MBA em Marketing. Elaborou o curso de “Gestão Empresarial” e atualmente ministra Palestras e Treinamentos Sobre Marketing, Administração, Técnicas de Atendimento ao Cliente, Secretariado e Recursos Humanos.
site: www.profigestao.blogspot.com
e-mail: jcss_sc@click21.com.br
Na minha opinião há um grave equívoco em gestão de negócios praticadas pelas empresas em geral. Primeiro, o correto é ganhar gordura, lucrar ao máximo nos períodos de alta do mercado e, investir nos momentos de baixa, quando os preços, comodities e mão-de-obra estão com seus custos menores. Essa é a hora ideal de implantar novos sistemas de gestão, pois há tempo, calma e com isso há grandes chances de crescer mais que os concorrentes, pois quando partir, estará treinada, qualificada e a frente de seus competidores. Corta-se custo no mercado aquecido, quando os preços estão inflacionados e pressionados pela demanda, e investe-se na baixa do mercado, quando os preços estão menores, onde é possível realizar o processo de forma correta, sem pressa, e ter melhores retornos de investimentos. Foi isso que a China fez e algumas empresas no país fizeram, e, um ano depois colheram excelentes resultados. O certo é economizar na forte demanda, para arrumar a casa quando tudo estiver mais calmo.
Na minha opinião, a era da turbulência dá-se no início do novo milênio, com as crises russas e dos países asiáticos, … o que houve foi postergá-la distribuindo para outros setores o ônus dos prejuízos causados, que veio a explodir em 2008 e continua até hoje, só que transferida para os governos que injetaram dinheiro que não tinham de seus bancos centrais para evitarem um colapso. O problema nunca foi resolvido no mundo financeiro, só foi se transformando, se transferindo de mercados e de setores econômicos até explodirem nos governos, que repassam essa dívida a seus povos.
😉 😛
Muito elucidador com ótimo teor orientativo!
Parabéns pelo texto!