Nos últimos cinco anos, de acordo com nossos estudos e pesquisas, o investimento das organizações no treinamento e desenvolvimento dos profissionais em inteligência emocional cresceu na ordem de 48%. As empresas que têm um RH forte e estratégico estão influenciando as lideranças na percepção de que podemos lidar com as emoções, assim como lidamos com a matemática e a física. Controlar e dominar os impulsos negativos emocionais, como ansiedade, frustração, raiva, tristeza, faz com que as pessoas tenham foco para incorporar o autoconhecimento, a autoconsciência, empatia e isso traz benefícios até mensuráveis para a qualidade de vida e a produtividade.
Quem demonstra controle emocional, auto-estima elevada e autoconfiança têm capacidade para identificar muitas soluções para os problemas enfrentados no dia-a-dia. É notório, por exemplo, que administrar conflitos é uma das competências que mais exige o uso da habilidade ou capacidade emocional, pois no ato de uma negociação a pessoa demonstra ou não equilíbrio entre razão e emoção. As duas se complementam, pois técnica, experiência, a visão é fundamental, porém tudo isso se torna poderoso quando aliado a inteligência emocional.
O conjunto destas competências é o que podemos chamar de Inteligência Emocional. Elas têm cinco componentes principais:
- Autopercepção – que é a capacidade das pessoas conhecerem a si própria, em termos de seus comportamentos frente às situações de sua vida social e profissional, além do relacionamento consigo mesmo.
- Autocontrole – ou capacidade de gerir as próprias emoções, seu estado de espírito e seu bom humor.
- Auto-motivação – capacidade de motivar a si mesmo, e realizar as tarefas e ações necessárias para alcançar seus objetivos, independente das circunstâncias.
- Empatia – habilidade de comunicação interpessoal de forma espontânea e não verbal, e de harmonizar-se com as pessoas.
- Práticas sociais – capacidade de relacionamento interpessoal e de trabalho em equipe.
Em várias sessões de “coaching” com executivos, alguns demonstram a dificuldade de se relacionar com pares e principalmente superiores instáveis emocionalmente. A partir do autoconhecimento, autocontrole e domínio das emoções negativas durante a prática da liderança e negociações torna-se evidente que a percepção intrapessoal, que é a habilidade de entrar em contato com o seu mundo interior, e a percepção interpessoal, que é utilizar a capacidade intrapessoal para estabelecer contato com os outros.
Desenvolvendo a Inteligência Emocional
Um programa de coaching para desenvolver a inteligência emocional de uma pessoa tem as seguintes etapas:
- Relacionar as principais competências comportamentais desta pessoa em relação ao seu contexto, pessoal e profissional.
- Fazer uma avaliação destes comportamentos, comparando o grau atual destas competências, com o grau desejável naquele contexto.
- Executar um plano de capacitação, em relação aos comportamentos pouco desenvolvidos, com ações práticas e com sessões de feedback programadas.
- Realizar avaliações 360 graus para medir a evolução e as mudanças efetivas
- Controlar os resultados até conseguir atingir as metas pretendidas.
Depois de saber quais os pontos fortes e as limitações, a pessoa deve ser orientada a desenvolver as competências comportamentais que mais estão prejudicando seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Habilidades como empatia, flexibilidade, espírito de liderança, poder de persuasão, negociação, comunicação e relacionamento interpessoal, entre outras, devem fazer parte do programa de desenvolvimento de Inteligência Emocional.
É preciso que a pessoa faça uma planilha com as competências que precisa desenvolver e aproveite todas as situações de sua vida pessoal e profissional para praticá-las.
Ciclo de Aprendizagem
É como aprender e andar de bicicleta, é preciso praticar até tornar estas competências algo natural na vida. Se você tem dificuldade de negociar, e esta competência é fundamental para o desenvolvimento da sua profissão, então é necessário praticar o processo até tornar-se competente. Segundo pesquisas, o cérebro emocional aprende através de experiências repetidas. Portanto, depois de identificar seus pontos fracos, é preciso centrar forças neles até desenvolvê-los. É necessário enxergar as oportunidades do dia a dia para praticar suas competências em desenvolvimento.
Investir nas atividades que possam lhe trazer maior equilíbrio emocional é valorizado cada vez mais por toda e qualquer empresa, mesmo que estas atitudes venham disfarçadas com outros nomes e descrições, como “uma equipe com iniciativa” e “um líder que alcance resultados e que gerencie conflitos e processo de mudança”. Estamos falando de pessoas com a capacidade de melhorar os relacionamentos dentro do ambiente de trabalho, o que, por sua vez, irá gerar melhores resultados. E você, usufrui de sua inteligência emocional?
Sobre o autor:
Marco Antonio Lampoglia: Psicólogo, consultor, conferencista, palestrante. Diretor da Active Educação e Desenvolvimento Humano.
site: www.activetreinamnto.com.br
e-mail: marcoactive@terra.com.br