“Tenha a coragem de seguir seu coração e intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário.” Steve Jobs
Cecilia Fantinelli e Nancy Ishikawa são mulheres de negócios, profissionais com carreiras bem-sucedidas, aqui e fora do país. Elas já aprenderam a difícil arte de conciliar os objetivos pessoais e profissionais, uma tarefa que não é fácil, mas não é impossível! Aqui elas explicam como fazer isto para nos sentirmos realizadas e felizes!
Cecilia Fantinelli, é CFO da American Tower, empresa americana de infraestrutura para telecomunicações wireless, dispositivos e rede, e representa o novo profissional de Finanças, aquele que ajuda a criar novas modelagens para o negócio, de modo que tanto o cliente quanto a empresa possam continuar operando e tendo um relacionamento saudável e produtivo – uma estratégia que envolve avaliar, gerenciar riscos e tomar decisões o tempo todo. Ela é, de fato, uma profissional, antenada, proativa e muito assertiva.
Antigamente o CFO (Chief Financial Officer) estava focado apenas na área financeira, fazia planejamento, contabilidade e tarefas correlatas. Hoje o CFO tem uma interação maior com o cliente – ele entende o business e seus desafios: é preciso fazer com que a área de finanças possa impactar positivamente na viabilização do negócio – para isto é fundamental entender a concorrência, o contexto deste cliente, o mercado, os riscos e oportunidades e principalmente o cenário econômico do país.
Cecilia trabalha na área há mais de 25 anos e escolheu a carreira por influência do tio Ibsen Tenani, economista e professor que inspirou desde cedo a paixão por números e planilhas. Para ela, a felicidade consiste em fazer o que gosta e foi muito claro que para ser feliz era preciso estar rodeada das paixões que lhe energizam, como família, amigos, a preocupação com saúde e bem-estar, estudos (no ano passado resolveu fazer outra Pós-Graduação para atualizar o conhecimento), e mesmo com uma carga diária de trabalho que às vezes ultrapassa 10 horas, faz questão de cumprir alguns rituais como ter uma rotina familiar, alocar tempo para a prática de esportes, cuidar da saúde, cultivar as amizades e ter momentos de lazer. “O trabalho é uma parte importante do nosso mundo, mas não pode aprisionar as pessoas. Elas precisam ser felizes”, costuma dizer.
Como membro do C-Level, expressão usada para identificar os principais executivos de uma empresa, Cecilia sabe que a cobrança e a responsabilidade vem aumentando a cada ano. Fazendo parte do Advisory Board, “tem um assento à mesa”, como dizemos, ela ajuda a definir estratégias para o negócio, o que significa que, além das suas funções, ela pode contar com o apoio de uma equipe que funciona bem em sua ausência. “Ser líder, é antes de tudo, saber delegar, distribuir tarefas, fazer com que a equipe entenda as políticas da empresa e que possa executá-las sem hesitação, é preciso existir um modelo de empoderamento que faz com que o time saiba o que fazer e da melhor maneira possível.”
“Tento exercer meu papel de líder – é um desafio, mas é gratificante. Gosto de liderar pelo exemplo, a gente não pode deixar que os problemas do dia a dia se confundam com as demandas do trabalho. Você precisa liderar com a cabeça em ordem para que sua participação nos negócios possa refletir esta atitude. O líder precisa ter um papel mobilizador, ele faz com que as pessoas trabalhem alavancadas e isto é fundamental para os negócios. Empresas bem-sucedidas possuem equipes que trabalham alinhadas.”
Sobre o gender gap ou igualdade de gênero no ambiente de trabalho, Cecilia concorda que cada vez mais as empresas estão valorizando o protagonista, sem preocupação com gêneros. Algumas empresas estão bastante empenhadas em promover a igualdade. É uma boa prática que tem encontrado cada vez mais adesão entre os líderes empresariais. “A mulher não tem sido só plateia, tem voz, discurso, apresenta conteúdo relevante e benéfico para os negócios e sociedade, em geral. Isto tem a ver com a postura que ela mesma cria na empresa. É ação gerando influência, criando modelos que aumentam a adesão de todos. Precisamos mostrar nossa relevância nos negócios, fazer diferença e agregar valor. Nosso conhecimento pode tudo. Ele nos leva aonde a gente quiser”, conclui a executiva.
Quando uma profissional recebe um convite para trabalhar num outro país, num dos maiores players do segmento de energia do mundo, os desafios são imensos e complexos. A imersão em um novo ambiente de trabalho e cultura fazem com que sua vida tome rumos inesperados.
Agora imagine ir para o lado oposto do globo – Japão, para ser específica – com uma equipe de colegas alocada em países em todo o mundo, trabalhando em diferentes fusos horários e com costumes muito diferentes dos seus. Foi esse o desafio encontrado por Nancy Ishikawa quando aceitou o convite para conduzir os programas para realizar o planejamento estratégico da empresa em cada país.
As motivações que levam um profissional a sair do país são várias: podem ser busca de novas oportunidades em função de momento econômico do país, crescimento profissional, busca de novos desafios na área em que atua ou o desejo de aprender algo novo e fazer a diferença num novo segmento.
O Japão passa por sérias transformações após o grande terremoto e acidente nuclear ocorridos em 2011 e mudanças nas regras do cenário energético com a liberalização acelerada. Garantir a disponibilidade de energia para o país durante os picos é uma preocupação que vai além do dia a dia da geração, transmissão e consumo de energia de várias fontes. E inclui preocupações mundiais tais como prover o melhor ambiente para garantir a realização dos jogos Olímpicos em 2020.
Planejamentos de médio ou longo prazo para um cenário como o descrito, ou para fazer a operação de uma empresa num país crescer de forma saudável, são alicerces imprescindíveis. A especialização em planejamento estratégico não é somente um passo e sim uma série de passos importantes que se pode dar em direção ao objetivo de promover a realização de qualquer pessoa.
Na carreira nem tudo se planeja, mas uma coisa é certa: é preciso entender os seus anseios e deixar a sua intuição te ajudar a pensar nos passos que gostaria de idealmente seguir para perceber quando uma oportunidade aparece. Aprendizado é a palavra-chave! O profissional precisa aprender algo novo sempre para seguir no caminho que trilhou para a sua carreira!
Após esse período de 5 anos de novas experiências e aprendizados, Nancy pode dar dicas valiosas para quem considera uma mudança em sua vida, seja mudando de área, setor, cidade ou país:
O que é imprescindível para considerar uma mudança:
- Entenda os seus talentos e saiba quais as suas habilidades mais fortes.
- Defina a sua linha mestra: aonde você quer chegar, quais são suas metas pessoais. Tenha uma ideia concreta do que você quer no futuro. Procure formatar esta visão em planos que possam ser segmentados e factíveis.
- Acredite na sua intuição. Seja lógica, mas não abandone seus sonhos. Intuitivamente você sabe aonde seus sonhos vão te levar. Esteja preparada para as oportunidades que surgirem ao longo do caminho.
Cautela:
- No mundo profissional, muitas vezes as pessoas criam muros, ao invés de pontes. É preciso desenvolver bons relacionamentos, baseados na ética e na responsabilidade.
- Seu plano de vida pode precisar de ajustes. Não ignore os sinais de que os ventos mudam durante a jornada, é preciso ajustar as velas. Flexibilidade é uma virtude e deve ser usada sem moderação.
- Não esqueça sua essência, quem você é, quem são as pessoas que estão à sua volta, lembre-se das motivações iniciais que fizeram você decidir pelos passos na sua vida e na sua carreira. É fácil se desconcentrar com tantas mudanças, mas perder o foco está fora de questão.
Mudar faz bem! Todo mundo precisa de novos ares! Ganhos sem medida para a empresa e para o profissional.
Sobre a autora:
Gladis Costa, Gerente de Marketing e Comunicação da PTC para a América Latina. A PTC é líder no segmento de soluções para o gerenciamento do ciclo de vida do produto. Em março de 2009 criou o grupo “Mulheres de Negócios”, maior rede feminina de negócios do portal LinkedIn com mais de 4600 associadas. É colunista em vários sites onde publica artigos sobre marketing, serviços, comportamento, carreira e cultura. É formada em Letras pela Unesp, com pós-graduação em Jornalismo, Comunicação Social e especialização em Tecnologia e Negócios pela PUC-SP. Em 2005 lançou seu primeiro livro de crônicas, “O homem que entendia as Mulheres”.