Mulheres do Porto

Atuando em um ambiente predominantemente masculino, profissionais do Terminal de Contêineres de Paranaguá mostram que não há restrição de carreira para mulheres determinadas

No dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, uma data que marca muitas conquistas, histórias, nomes e lutas, mas também reforça os desafios enfrentados até hoje pelas mulheres em diversos âmbitos da sociedade, inclusive no mercado de trabalho. Ocupar uma posição de igualdade em um ambiente predominantemente masculino pode não ser uma tarefa fácil, mas na TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, as mulheres encontraram seu espaço como profissionais, e superaram medos e preconceitos para atuar com o que amam.

Andréia Alexandrino Rodrigues
Operadora de RTG

Se engana quem acredita que funções operacionais não se encaixam para mulheres. Controlar um equipamento com mais de 140 toneladas que carrega contêineres é uma das tarefas da operadora de RTG, Andréia Alexandrino Rodrigues. Há 15 anos na empresa, ela é uma das 253 mulheres que atuam na TCP, em um cenário de 1334 colaboradores, no total. Ocupando cargos que vão desde lideranças até posições operacionais, elas mostram que, com muita determinação e ética, lugar de mulher é sim onde ela quiser. Andréia foi a primeira operadora mulher do Terminal e conta que sua maior motivação para ocupar este cargo é o seu amor pelo trabalho operando equipamentos. “A cada promoção para novos aparelhos, a expectativa e vontade de aprender e me superar só aumenta. Amo o que faço e procuro sempre dar o meu melhor”.

Já Sirlei Somerhauzer, líder de Gate/ Ferrovia /Sav e fluxo da organização, conta que logo no início da sua trajetória na TCP, um dos maiores desafios em se trabalhar com uma equipe majoritariamente masculina foi o medo, mas afirma que o diálogo e a boa abordagem sempre a ajudaram. “No início, alguns colegas questionaram minhas habilidades pelo fato do trabalho exigir muito, principalmente quando está chovendo, mas eu tinha um sonho e esses comentários não me abalaram”. Para ela, a maior força de uma mulher está em sua determinação “Quando temos um objetivo, as pedras encontradas no caminho se tornam trampolim para o nosso sucesso”, acredita.

Além disso, as políticas internas da empresa contribuem para o desenvolvimento e crescimento profissional feminino dentro da corporação. Segundo Andréia, em 15 anos de trabalho, a TCP deu a ela oportunidades em vários setores e continua abrindo portas, novos cargos e funções para as mulheres. “Isso é muito importante, pois a presença da mulher no mercado de trabalho está cada dia mais forte. Onde quer que uma mulher decida estar, ela fará toda a diferença”.

Mães também têm seu espaço

Segundo um estudo da revista CRESCER, 94% das mulheres sentem dificuldades para conciliar maternidade e carreira. E mesmo neste cenário triste e que abre para discussões cada vez mais necessárias e urgentes, a supervisora de contas a receber da TCP, Alexandra Corrêa, relembra uma história emocionante de quando contou para seus colegas de trabalho sobre sua gravidez “Foi muito melhor do que eu imaginava. Me senti tão amada pela minha equipe, todos ficaram super felizes e ansiosos pela chegada da Manuela. O meu gestor se preocupa com o meu bem-estar, entende as ausências devido as consultas, então, eu posso dizer que eles cuidam muito bem de nós”.

A ideia de que mulheres não são capazes de conciliar com sucesso a vida pessoal e profissional ainda é muito presente na sociedade, sendo também uma das grandes razões para a discrepância no número de homens e mulheres em cargos de liderança no país. Na TCP, há um trabalho contínuo para dar reconhecimento e garantir a igualdade de salários e oportunidades para as mulheres, que ainda estão em menor número no quadro de colaboradores, mas já ocupam boa parte dos cargos de liderança, com 23% das cadeiras de gestores. Ainda há um longo caminho a trilhar para que esse número cresça cada vez mais, mas a motivação necessária para que isso ocorra já existe entre o time. “Minha motivação é saber que na TCP eu posso evoluir ainda mais, como pessoa e como profissional, e que aqui temos oportunidades”, finaliza Sirlei.

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