Aqui o a.C. e o d.C. não quer significar “antes de Cristo ou depois de Cristo” como normalmente se escreve. O a.C. aqui é “antes do Covid-19” e o d.C. é “depois do Covid-19”.
Escrevo assim porque acredito que esse d.C. (depois do Covid-19) será mais parecido com os idos de 1890 (130 anos atrás) do que muitos possam pensar. A diferença é que hoje temos os APP (aplicativos) como Zoom, Google Meet, Teams, Skype, WhatsApp que não existiam no Século 19.
Vamos nos lembrar que até o Século 19, as pessoas trabalhavam ou em suas casas ou em locais próximos aos seus lares, como estamos fazendo hoje, obrigados pelo vírus.
Transporte público só existiam os bondes, que começaram a ser puxados por cavalos e depois se tornaram elétricos em Berlim a partir de 1879 e no Brasil em 1892.
A vida era frugal, centrada na família e no trabalho.
E o d.C.— depois do Covid-19? Como será? O que vai mudar?
Como antropólogo, não acredito que as coisas mudarão muito. Logo nos esqueceremos da Covid-19 e quase tudo voltará a ser como antes. Aqui vão algumas tendências d.C. que vêm sendo discutidas em todo o mundo e que trago para você pensar:
- As pessoas passarão mais tempo em suas residências (casas, apartamentos ou quitinetes) pois o trabalho remoto (home office) será mais comumente aceito tanto por empregados como por empregadores;
- Haverá uma valorização da família e isso trará de volta o desejo de famílias maiores com dois ou três filhos. Os pais participarão mais da educação dos filhos;
- Haverá uma demanda por residências maiores, mais ventiladas, com mais espaço para se trabalhar. Os condomínios, mesmo os de baixa renda, terão mais espaços verdes, áreas de esporte e lazer;
- O horário de trabalho será mais flexível e as pessoas serão avaliadas mais pelo seu desempenho do que por horário, sempre que a atividade permitir, é claro;
- As escolas em todos os níveis farão maior uso da educação a distância com muitas atividades on-line além das presenciais, com forte uso de novas tecnologias;
- Quem puder sairá das grandes cidades em busca de qualidade de vida e custos menores. A possibilidade do trabalho remoto favorecerá essa tendência. Assim, o interior terá grande valorização imobiliária;
- O comércio eletrônico terá um significativo crescimento. As lojas, shoppings etc. continuarão a existir mais como show room de produtos e serviços com custos menores;
- Os restaurantes, bares, lanchonetes continuarão fortes, mas o delivery ocupará um espaço maior e mais sólido;
- O acesso à internet de alta velocidade será artigo de primeira necessidade e os governos terão que prover isso a seus cidadãos a custo zero;
- O turismo e a cultura local e nacional – música, folclore, teatro, etc. – serão valorizados e terão grande impulso;
- As pessoas serão mais solidárias e darão mais atenção aos valores permanentes como saúde, amizade, família, religião, trabalho digno, etc.
- Haverá uma valorização e crescimento das religiões e da religiosidade;
- Haverá um retorno aos valores nacionais em detrimento de agendas globais.
A boa ciência mostra que é impossível fazer previsão sobre eventos que não tenham regularidade. Assim o d.C. é imprevisível.
Para a sua reflexão, quis trazer aqui as principais tendências que pesquisei junto a renomadas universidades, centros de pesquisa, bons pensadores, pessoas sérias e respeitadas do mundo de hoje.
Pense nisso. Sucesso!
Sobre o Autor:
Prof. Luiz Marins: Antropólogo, professor e consultor de empresas no Brasil e no exterior, o Prof. Marins tem 25 livros (também disponível em vários países da América Latina e Europa) e mais de 300 vídeos e DVDs publicados; Empresário de sucesso nos ramos de agronegócio, educação, comunicação e marketing. Seus programas de televisão estão entre os líderes de audiência no Brasil. Segundo a imprensa especializada e consultorias, o Prof. Marins está entre os mais requisitados palestrantes do país.
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