Além de identificar as qualidades do candidato, também é função do RH auxiliar na sua integração com a equipe, construindo um ambiente favorável para seu desempenho
A Lei de Cotas garantiu a obrigatoriedade da contratação de pessoas com deficiência em organizações com 100 ou mais colaboradores. Contudo, a inclusão desse grupo não se limita ao recrutamento, sendo dividida em três pilares principais: capacitação, inclusão e desenvolvimento. Destes, os dois últimos possuem influência do profissional de recursos humanos. Para a capacitação e desenvolvimento, as empresas podem contar com o apoio de instituições sociais como a ASID, Ação Social para Igualdade das Diferenças.
“Temos como missão auxiliar na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, transmitindo conteúdo sobre o assunto e mostrando que os profissionais com deficiência conseguem desempenhar seu papel de forma tão satisfatória como qualquer outro. Trabalhamos com situações específicas também, mapeando e apontando os pontos de mudança de cada local”, afirma Alexandre Amorim, diretor executivo da ASID.
Assim como em qualquer outra contratação, o trabalho do RH começa na seleção, onde os gestores precisam levar em conta as habilidades, deficiências e possibilidades do candidato. Um levantamento realizado em 2018 pela RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) mostra que as principais funções ocupadas pelas pessoas com deficiência estão relacionadas a cargos operacionais e de assistentes. É papel do profissional de recursos humanos promover projetos individuais de desenvolvimento e metas para que seja possível romper com essa realidade, possibilitando que esse grupo conquiste cargos de maior destaque.
Após a contratação, a empresa deve garantir os meios para o profissional desempenhar seu papel corretamente. Assim, o RH, juntamente com outros setores da empresa, devem mapear a infraestrutura e promover mudanças em pontos que precisam de adaptações, transformando a empresa em um local acessível e inclusivo.
“Além de transformar o local, o RH também necessita incentivar práticas de inserção e desenvolvimento de funcionários com deficiência, como por exemplo, cursos de capacitação para todos os funcionários, aulas de libras, criação de grupos de afinidade no qual os funcionários são responsáveis por elaborar atividades diversas na empresa, como a Semana da Pessoa com Deficiência, rodas de conversa, dentre outras atividades”, afirma, o diretor da ASID.
Ao possibilitar as ferramentas necessárias para o profissional com deficiência trabalhar corretamente, o RH necessita avaliar seus resultados, como qualquer outro colaborador, comunicando a ele seus pontos de melhorias, para que suas potencialidades possam ser exploradas e o funcionário evolua no cargo.
“O cenário atual de mercado ainda apresenta diversos desafios para a inclusão da pessoa com deficiência no ambiente corporativo. É necessário que haja uma maior acessibilidade nas empresas, além de mais oportunidades de desenvolvimento e entendimento da limitação de cada candidato. O profissional de Recursos Humanos é peça fundamental para que essa mudança se torne cada vez mais presente em nossa sociedade”, conclui Amorim.