Dando ênfase as profissões ligadas ao seguimento de movimentação, armazenamento e transporte de cargas perigosas se destacam aquelas ligadas diretamente as atividades operacionais, são profissionais que atuam na logística desses produtos, do conferente ao gerente da área.
Todos que manuseiam esses produtos têm a responsabilidade de verificar se foram devidamente acondicionados e identificados e se estão sendo estocadas ou transportadas segundo as legislações vigentes no Brasil (Resolução 420/04 e 701/04 da ANTT). O trabalho requer conhecimento e treinamentos, uma simples fissura em uma embalagem, um caminhão não identificado corretamente, um equipamento com problemas ou um motorista mal treinado podem causar danos irreparáveis ao homem e ao meio ambiente.
A legislação sobre crimes ambientais (Lei 9605/98) enfatiza e penaliza a falta de responsabilidade em todos os níveis hierárquicos de uma empresa quando houver negligencia ou omissão no pronto atendimento a ocorrências que possam causar algum tipo de danos ambientais. O simples derramamento de leite próximo a um curso d’água com vida aquática pode caracterizar um crime ambiental mesmo não estando classificada como carga perigosa.
O profissional responde solidariamente pelos danos causados como co-responsável na operação. As companhias têm por obrigação submeter esses profissionais a rígidos treinamentos e constantes reciclagens além de acompanhá-los no dia-dia. Não só as companhias, mas todo profissional deste seguimento deve estar sempre atualizado e cumpridor das normas editadas seja por documentos internos ou externos.
Infelizmente a maioria dos acidentes no transporte de cargas perigosas está ligada às pessoas, principalmente aos motoristas. Seriam muito louvável que alguns empresários e as autoridades de uma forma em geral reconhecessem a magnitude da importância que tem esses profissionais dentro do processo de distribuição do PIB em nosso País.
Durante meu trabalho flagrei muitas empresas exigindo que seus motoristas trabalhassem numa carga horária muito elevada e pagando por produtividade o que induzia os profissionais a viajarem durante a noite e madrugada a fim de atingirem as metas e as comissões prometidas.
Apresento a seguir alguns dados estatísticos apurados com auxilio do Ministério dos Transportes através da ANTT – Agencia Nacional de Transportes Terrestres em parceria com as Policias Rodoviárias Federal e Estadual e órgãos ambientais estaduais.
ACIDENTES POR CLASSE DE RISCO DOS PRODUTOS ENVOLVIDOS
Inflamáveis = 35%
Corrosivo = 20%
Gases = 10%
Tóxico = 5%
Sólidos Inflamáveis = 4%
Oxidantes/Peróxidos = 2%
Não Classificados / Identificados = 24%
CAUSAS MAIS FREQUENTES DOS ACIDENTES
Falhas Humanas = 55%
Má conservação das estradas = 25%
Má conservação dos equipamentos rodantes = 15%
Outras não identificadas = 5%
“Se você acha caro investir em prevenção, experimente um acidente”.
(Vanderlei Fantoni)
Sobre o autor:
Vanderlei Fantoni é formado em Ciências Contábeis e profissional atuante em diversas áreas, tais como: Contabilidade, Auditoria e Produção. Atualmente presta consultoria a médias e grandes empresas no seguimento de movimentação, armazenamento e transporte de cargas perigosas, matéria em que é especialista.
e-mail: vanderleifantoni@terra.com.br
