Acelerar a capacidade de leitura é a proposta do trabalho de leitura dinâmica e memorização. Na sociedade da informação, esta ferramenta é indispensável a executivos.
O treinamento Orientado à Distância (Tod) é um curso que resultou do trabalho em sala de aula da fonoaudióloga Andréa Monteiro de Barros Machado e do master practitioner em PNL, Elson Teixeira, diretor e fundador da Cidermen Consultoria, uma das empresas de maior destaque no Brasil no treinamento em áreas de criatividade empresarial, de como falar em público e de leitura dinâmica e memorização. Ambos são também autores do livro Leitura dinâmica e memorização (1993, ed. Makron Books), diretores da Casa da Cultura, no Rio de Janeiro, e ministram cursos em empresas como Petrobrás, Furnas Centrais Elétricas, Banco Central do Brasil, Inmetro, BNDES e CENPES, entre outras, há mais de 10 anos.
Os treinamentos à distância vêm se constituindo em uma tendência mundial em educação. Existem TOD’s sobre os mais variados temas: informática, administração/produtividade, marketing, RH e Vendas. Trata-se de um kit composto por uma fita de vídeo, um livro texto e uma apostila de exercícios. A proposta é das mais interessantes: propiciar ao treinando auto-aprendizagem e auto-formação, adaptando a carga horária ao seu tempo disponível e, o que é mais importante, respeitando seu ritmo de aprendizagem.
Entre outras coisas, o TOD sobre leitura dinâmica e memorização discute hábitos e posturas incorretos dos leitores, métodos e técnicas de leitura e dicas sobre como agilizar a leitura.
No que diz respeito às técnicas de memorização, todas são baseadas na criatividade. “As etapas previstas no processo criador serão utilizadas de forma a incrementar os estímulos e aumentar i grau de impressão que causarão no cérebro, aumentando consequentemente a facilidade para evocar informações armazenadas”, explicam os autores. “Nós nos propomos a reeducar os hábitos de leitura de modo que os mecanismos bloqueadores do rendimento do ato de ler sejam substituídos por aqueles que vão proporcionar resultados e prazer, favorecendo o desenvolvimento da consciência crítica e do discernimento para um melhor desempenho nos desafios do dia-a-dia.”
Nossa educação convencional, há anos deficiente em todos os aspectos, desenvolveu nas pessoas, de modo geral, a aversão pela leitura e pelo estudo. Uma pesquisa feita no ano passado constatou que o brasileiro lê menos de um livro por ano! ”Considerando-se que o profissional brasileiro é visto, inclusive no exterior, como alguém interessante, inteligente habilidoso e criativo para lidar com os problemas, ocorreu-nos que o desinteresse pela leitura se deve muito mais ao processo utilizado para ler do que à leitura propriamente dita”, comenta Andreia. “Até porque”, acrescenta Elson Teixeira , “não existe leitura interessante, existe leitor interessado”.
“A leitura ultrapassa os limites impostos pelo espaço e pelo tempo, dando chance ao homem de evoluir unindo a contribuição de todas as gerações, aperfeiçoando, descobrindo novos fatos a partir do trabalho de um pool de pessoas, caminhando em direção ao novo”, dizem os criadores do TOD. :”A leitura de um livro, portanto, é um ato avançado e requer inúmeras habilidades. Certamente o leitor não precisou conhecer Einstein, Chaplin ou Hitler pessoalmente para ter uma opinião sobre o tipo de homem que foi cada um deles. Há mais mensagens em uma frase do que pode supor nossa consciência.”
Andréa descreve o processo de alfabetização e seus inconvenientes para explicar o método utilizado pelo TOD: “No início, a criança é seduzida pela leitura. Hoje em dia existem livros de panos, livros que bóiam, livros que viram móbile, muito bem ilustrados, mas quando a criança passa dessa fase, os livros colocados à sua disposição não possuem mais nenhum desses atrativos. Ela entra na adolescência ou na fase pré-adulta e é jogada num mercado extremamente competitivo, em que deixa de ser o centro das atenções para ter que seguir o modelo que aí está. O que acontece então? Um choque muito grande que gera o desprazer pela leitura!”
Em essência, o TOD consiste na busca de um melhor aproveitamento do campo visual humano, que é bem mais amplo do que o limite imposto por uma sílaba ou palavra. “Faça uma experiência”, propões Andréa. “Fixe seus olhos em um ponto a sua frente, e, sem movimentá-los, observe quantos detalhes podem ser vistos além do ponto focal”. Segundo Elson, constituem fatores importantes a serem reeducados:
1. A escolha do ambiente para a leitura (evitando objetos que distraiam a atenção);
2. Posicionamento confortável (sem os habituais exageros que nos fazem dormir);
3. Posicionamento do livro há aproximadamente 30 ou 40 centímetros de distância;
4. Iluminação vinda por trás e pela esquerda (evitando-se sombras nas páginas);
5. Virar as folhas com a mão esquerda, pelo canto superior (para não atrapalhar o fluxo e o ritmo de leitura).
Os vícios de leitura podem ser assim classificados:
- Movimentar a cabeça durante a leitura;
- Retroceder;
- Ler segmentadamente (palavra por palavra);
- Vocalizar (ler em voz alta);
- Subvocalizar (movimentar os lábios enquanto lê, pensando nas palavras);
- Realizar marcações no texto sem a devida técnica.
“Muitos leitores , por terem uma velocidade lenta costumam retroceder várias vezes no texto para compreendê-lo efetivamente. Isto porque a atenção está voltada para detalhes obsoletos e não o que o autor procurou dizer, formando na mente um mosaico de informações”, acrescentam os autores.
Sobre o vício de ler segmentadamente, Elson adverte que “pensar nas palavras gera desconcentração e é preciso lembrar que entender as palavras não significa entender o texto, porque, principalmente no idioma português, as palavras têm mais de um significado”. E sobre ficar grifando texto, ele afirma que isto gera desconcentração, pois requer movimentos corporais, além de poluir a página. As técnicas visam o ensinar o leitor a economizar energia e aproveitar melhor seu tempo disponível para leitura.
“O ser humano tem uma grande capacidade de perceber o ‘todo’ sem a necessidade de ater-se a detalhes. Por exemplo, é possível distinguir a palavra qu+al+dade mesmo tendo alterado uns de seus símbolos gráficos”, lembram os autores. A memória, uma das mais interessantes habilidades humanas, é responsável por armazenar e resgatar a informação quando necessário. Em se falando da memória, não se pode deixar de falarem estímulo e sua importância ao nos impressionar – mexer com nossos sentimentos. ”É muito comum ouvirmos queixas do tipo: ‘Minha memória é fraca…’, na verdade dizemos que a intensidade do estímulo é que foi fraca! Nós reagimos à medida que ele ou é totalmente novo ou está inter-relacionado a informações já armazenadas anteriormente”, observam. É interessante notar que eles fazem uma distinção tranquilizadora entre a velha idéia de memória boa ou ruim e memória treinada ou não. E explicam que todos podem treinar, exercitar a memória através de técnicas e exercícios como os que propõe o TOD.
Técnicas, concentração, observação, atenção e memória são os conceitos que importam para treinamento da memória. Entretanto, Elson nos chama à atenção para o fato de que “concentração, observação e atenção parecem sinônimos, mas têm funções específicas no ato de registrarmos informações, além de serem as responsáveis por gerar interesse”.
Ele define concentração como a aplicação intensa da inteligência num determinado assunto, evitando-se pensamentos paralelos. E, sobre os outros dois conceitos, alerta para o fato de que observar não implica necessariamente atentar. Podemos observar os tipos de números de um relógio sem atentar para a hora que esse mesmo relógio está marcando.
O treinamento funciona alternando características como tamanho, intensidade, freqüência e outros aspectos (submodalidades dos nossos cinco sentidos: visão, audição, paladar, tato e olfato), pois, dessa forma, a mente se vê mais propícia a memorizar informação. “Por exemplo, se eu pedir a você que imagine o mapa da França e o da Itália, qual dos dois é mais rapidamente lembrado? Será que o fato de associarmos o mapa da Itália a uma bota (que já faz parte de nossos registros), ajudou em alguma coisa?” No TOD, Elson e Andréa constatam que os seres humanos retém informações através dos cinco sentidos na seguinte proporção:
Paladar……………………………..1%
Tato………………………………..1,5%
Olfato………………………………3,5%
Audição……………………………11%
Visão………………………………83%
Quando fugimos da rotina gerada pelo meio e, muitas vezes, pela falta de apelo do estímulo, facilitamos a memorização. Usando nosso potencial criativo e, principalmente, fugindo dos nossos bloqueios pessoais, conseguimos tornar mais alegre e dinâmica a memorização, e é nisso que se baseiam todas as técnicas propostas. “A ‘decoreba’ deve ser abandonada por sua falta de eficiência”, recomendam os autores.
“Além do crescimento profissional que o uso da leitura dinâmica e memorização proporciona, a outra vantagem é que elas tendem a ser otimizadas com a prática, de forma que a cada dia o indivíduo estará aumentando suas próprias habilidades e se superando. E se superar gera uma sensação maravilhosa!”, dizem. “Não devemos nos auto-sugestionar com frases do tipo: ‘eu não consigo’ ou ‘não sou capaz disso’. A memória é muito mais eficaz do que imaginamos. Só precisa ser treinada e ajustada aos nossos interesses.
Certamente muitas informações não são tão atraentes como deveriam, mas podemos torná-las bem mais engraçadas com nossa imaginação”
“Não acredito em limitações” diz Andréa. “Mil quilômetros também começam com um passo, e tenho isso como base para tudo. Para fazer qualquer coisa, por mais difícil que pareça, é só dar o primeiro passo.”
Sobre a autora:
Inês Cozzo Olivares é Diretora e sócia-fundadora da TAI Consultoria (desde 1994); Consultora, escritora e Palestrante Internacional (desde 1997); Psicóloga (1986); Autora do Livro “Abordagens Alternativas em T&D”; Autora do Livro ”Neuroaprendizagem e Inteligência Emocional”; Criadora e organizadora do GEN – Grupo de estudos de Neuroaprendizagem com ênfase em NeuroBusiness (desde 2006).
site: www.taiconsultoria.com.br
e-mail: ines.cozzo@taiconsultoria.com.br