Não deve ser preciso escolher entre pagar as contas e fazer o que se ama
Como estamos posicionando nossa trajetória profissional? Este ou aquele é o melhor caminho?
É o que mais se pergunta hoje e se espera uma resposta rápida e precisa. O melhor seria questionar, o que realmente tenho vocação e me traz prazer no dia-a-dia.
Foi a mudança nos valores das gerações de época em época, onde cada qual deixou seu valor agregado, sua contribuição para a humanidade e seu desenvolvimento.
Tempos atrás, o Emprego bom era aquele que perdurava pelo maior tempo possível, com um salário que suprisse minhas necessidades básicas e a maior “segurança” possível (CLT). Uma empresa e/ou indústria tradicional era o sonho de consumo e, quem sabe, um carro como benefício.
Com a mudança dos preceitos de vida da geração atual na era da informação, muda-se também a maneira de enxergar o emprego. Antes o que era segurança hoje é bem-estar.
Não basta um bom emprego com salário e benefícios, tem que me proporcionar prazer e reconhecimento.
Antes os “workaholics” eram vistos com bons olhos, hoje, em muitos casos são vistos como ineficientes.
Buscar um “emprego”, a curto prazo pode resolver um desafio, mas a médio e longo prazo não agrega valor para o profissional.
O emprego, agente “meio”, é aquele que paga as contas do dia-a-dia, que nem sempre tem a ver com a vocação, enquanto o trabalho está de olho na carreira, ele transcende a sobrevivência, é realizado com Amor, com uma visão de legado, de referência, de futuro.
Existe uma pesquisa realizada pelo professor Mark Albion, divulgada no livro Making a Life, Making a Living (Warner Business Books), que ilustra a importância do respeito à vocação e aos valores nas escolhas que uma pessoa faz ao longo da carreira.
Nela, 1.500 profissionais que haviam concluído o Master in Business Administration (MBA), vinte anos antes, nas melhores escolas americanas, relataram as prioridades em suas escolhas profissionais: 83 % optaram pelo emprego em função do salário. Os 17% restantes optaram por aquilo que mais lhes dava prazer, independentemente da vida financeira.
Vinte anos depois, Albion foi verificar como estava a carreira desses profissionais. Dos 1.500 entrevistados, 101 tornaram-se milionários. Desses, apenas 1 pertencia ao grupo que fez sua escolha orientada pelo dinheiro, todos os demais viraram milionários trabalhando no que gostavam.
O mais importante no meu ponto de vista é o amor. Cumprir tarefas qualquer um cumpre. Criar, desenvolver, inovar, reinventar, só os apaixonados, aqueles que enxergam além das obrigações diárias, que conseguem prever os riscos e superar os obstáculos. Este, hoje é o profissional desejado pelas empresas. Aquele que tem a competência técnica e consegue enxergar os pontos cegos que os outros não percebem.
Conseguir atuar na sua área de vocação é trabalhar com o seu “dom” natural, seu esforço será bem menor comparado com o que teve que desenvolver o talento. O talento nato reflete a paixão pelo resultado, enquanto cumprir metas traz salário no final do mês.
A recompensa financeira chega naturalmente, pois a entrega é garantida.
Portanto fica aqui uma breve reflexão: Quais são os resultados que tenho conquistado nos últimos anos? Me satisfaz por completo? Sou reconhecido? É gratificante? Faço com prazer?
Se você tem dúvida sobre uma das perguntas, talvez seja melhor refletir se tem trabalhado ou está em emprego? A vida é feita de escolhas, e colhemos o que plantamos.
Sobre a Autora:
Andrea Deis: Gestora Empresarial pela FGV, Pedagoga, Master Coach, Mestranda em Administração do Desenvolvimento de Negócios com ênfase em – INTEGRAÇÃO DA TECNOLOGIA E MERCADO EM SERVIÇOS pela UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE, com mais de 15.000 de atendimento em Coaching, Palestras e Docência.