É comum associar as palavras emprego e trabalho como se tivessem o mesmo significado. O “trabalho” surgiu no momento em que o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao redor com o auxílio do artesão. Após o advento da Revolução Industrial, configura-se a relação capitalista com a necessidade de organizar grupos de pessoas, processos, instrumentos criando-se a partir daí, a ideia do “emprego”, o qual sempre sugeriu relação estável, e mais ou menos duradoura, entre a empresa e o empregado. Desde então, as noções de trabalho e de emprego foram se confundindo.
O emprego se configurou ao longo do tempo como relação estável, porque existe um contrato com vínculo, carteira assinada e sendo assim, instaura-se uma condição de conforto pelos benefícios do FGTS, 13º salário, férias e outros tantos; mas, por outro lado, também temos muitas outras obrigações, pouco agradáveis como bater cartão, submeter-se à subordinação e muitas vezes cumprir ordens e regras rígidas.
Com o passar dos tempos, o tão sonhado e confortável emprego veio sofrendo fortes alterações, em que as condições de estabilidade até então oferecidas foram perdendo forças, resultado da globalização e dos próprios adventos tecnológicos, os quais acirraram a competitividade, eliminando postos, níveis hierárquicos e deixando milhões de pessoas desempregadas, em grande parte do nosso planeta.
Hoje, as organizações não estão mais dispostas a manter o custo de um corpo permanente de empregados para realizar grande parte dos serviços de que necessitam, muitas nem têm condições de fazer isso. Vários desses trabalhos, já nem precisam ser realizados continuamente. Nesses casos, a organização não precisa de empregados, mas sim de prestadores eventuais de tais tarefas.
Essas realidades vêm configurando um cenário de desemprego cada vez maior. O Ministério do Trabalho registrou no mês de fevereiro de 2007 a queda de 16,2% de novos empregos com carteira assinada em relação ao verificado no mesmo mês de 2006.
Com o passar dos tempos, vemos cada vez mais a substituição gradual do emprego fixo, de longa duração e em tempo integral por outras formas de prestação de serviços como: o trabalho autônomo, o trabalho por meio de cooperativa, daterceirização dos serviços, o trabalho temporário, o trabalho em tempo parcial, o trabalho por projeto, etc.
Porém, é importante deixar registrado que, enquanto o emprego diminui, a possibilidade de trabalho aumenta vertiginosamente. E é nesse contexto que surge a figura do empreendedor.
Nesse sentido, no mundo do trabalho o profissional terá que se tornar o administrador de sua própria carreira, sendo responsável pelos seus ganhos e perdas.
No mundo do trabalho a principal manifestação ocorre através do empreendedorismo em que o profissional deve ter a capacidade de transformar desafios em oportunidades de construir projetos sociais de estimular a inovação e de buscar soluções para as necessidades latentes.
O empreendedor vê no trabalho a oportunidade de realizar seus sonhos, que não necessariamente estejam ligados restritamente ao lado financeiro. É importante que o profissional empreendedor busque, além dos ganhos materiais, a transformação, identificando necessidades e inovando através de produtos, serviços e processos que agreguem valor aos consumidores e que, acima de tudo, lhes traga a alegria de “ser”.
Diante desse contexto, cabe a você profissional decidir pela busca constante do emprego como sinônimo de conforto e de acomodação ou pela transformação de uma situação de incerteza como prelúdio ao incentivo para buscar e enfrentar as diversas formas que se apresentam de prestação de serviços. Descubra suas potencialidades e faça um teste!
Sobre a Autora:
Bernadete Pupo é profissional Coach e atua com programa de desenvolvimento de carreira individual e corporativo. É consultora de RH e docente universitária.
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